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“Relação de trabalho só se mantém quando as duas partes querem”, diz o jornalista Zé Raimundo após ser demitido da TV Bahia

O jornalista atuava na afiliada da rede Globo há 31 anos | FOTO: Divulgação |

O jornalista baiano José Raimundo de Oliveira, o ‘Zé Raimundo’, anunciou na última quinta-feira (7), sua demissão da TV Bahia, emissora afiliada à multinacional Rede Globo. O repórter dedicou 31 anos de seu talento, quando integrou a equipe da TV Bahia na capital baiana, na década de 90.

“Se tem uma coisa que me maltrata é a despedida. Mas como é inevitável, comunico o meu desligamento da TV Bahia. É aquela velha e conhecida regra: relação de trabalho só se mantém quando as duas partes querem”, apontou em sua rede social.

“Foram 31 anos de dedicação exclusiva, intensa. Uma estrada longa, enladeirada, sinuosa, surpreendente, como costuma impor a prática do bom jornalismo na TV. Na bagagem, uma trajetória que me honra, histórias inesquecíveis e a impagável convivência de companheirismo e aprendizado. Levo dos colegas e amigos que cultivei, além da saudade, o apreço, a gratidão, a admiração, o desejo de que sejam sempre felizes” continua o repórter.

José Raimundo já percorreu os quatro cantos do Brasil e o tema recorrente em sua carreira, e que faz parte de sua trajetória, é a questão ecológica. Além de matérias sobre a Chapada Diamantina, como a travessia do Vale do Pati, a série sobre a destruição da Mata Atlântica, apresentada no Jornal Nacional, em 2004, recebeu dois importantes prêmios: Embratel e Conservação Internacional.

Ele guarda com carinho em suas lembranças sua primeira matéria no Jornal Nacional, “o funil mais apertado”, como diz, na Globo. Foi sobre uma mina de cobre, no norte da Bahia. Para extrair o minério, era necessário descer a quase mil metros de profundidade. Além do risco a que eram submetidos, os trabalhadores passavam horas em condições de total insalubridade. Em sua publicação, recebeu o carinho de amigos e fãs que acompanham Zé Raimundo em suas reportagens carregadas de adrenalina.

Também merecem ser citadas as séries sobre o centenário de morte de Antônio Conselheiro e a Guerra dos Canudos, que foram ao ar no Jornal Nacional e no Fantástico, em 1997, e sobre os festejos em Porto Seguro para comemorar 500 anos do descobrimento do Brasil, em 2000.

Outro marco na carreira do jornalista foi a denúncia sobre fraudes na Previdência Social, apresentada no Jornal Nacional, além das reportagens sobre os Caminhos da Comida (2009) e o Centenário de Jorge Amado (2012).

“O horizonte é indefinido por enquanto. E desafiador. É hora de pensar e avaliar. E daqui a pouco pegar a estrada novamente. Aliás, novas estradas pela frente. E ainda muita história pra contar”, finaliza o repórter.

Jornal da Chapada

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