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#Chapada: Liderança quilombola e entidades saem em apoio da Associação Grãos de Luz e Griô após ataques da servidora do Iphan

A entidade foi defendida por diferentes agentes públicos e por membros da sociedade | FOTO: Reprodução/Facebook |

O abaixo-assinado contra as calúnias e difamações proferidas por uma servidora responsável pelo escritório do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em Lençóis, na Chapada Diamantina, tomou grande proporção e atualmente conta com mais de 300 assinaturas. Liderança quilombola e entidades também repudiaram a fala de Maria Paula Adinolfi. Elas saíram em apoio ao Grãos de Luz e Griô, que atua na luta por políticas culturais e educacionais antirracistas, feministas e de economia solidária. Em nota publicada em redes sociais, a liderança quilombola Iracema Sacramento, coordenadora da Rede de Grupos Culturais e Tradicionais de Lençóis e líder da Associação da Comunidade Quilombola da Iuna, comentou as acusações.

“Venho aqui me manifestar em nome da Rede que arrecadou e articulou inúmeros projetos para a cidade de Lençóis com a Lei Aldir Blanc, minha indignação com pessoas, maioria não nativas, apoiadas por Maria Paula Adolphi do Iphan, manifestando mentiras a respeito da Associação Grãos de Luz e Griô. Não aceitamos mentiras ao nosso respeito e não precisamos que uma pessoa de fora da nossa realidade venha falar por nós. A postura desta funcionária do Iphan tem gerado divisões e conflitos em nossa cidade. Exigimos respeito à nossa história e construção”, disse a quilombola, que participou da escrita de um projeto apresentado pela Associação Grãos de Luz e Griô num edital público da Lei Aldir Blanc do Estado.

Entidades como agentes culturais, artistas, grupos e comunidades tradicionais, lideranças comunitárias, jovens estudantes, escolas e o Campus Avançado da Uefs de Lençóis também reagiram em relação à postura da servidora. A funcionária pública Nélia Paixão, que já foi dirigente do Escritório do Iphan de Lençóis, comenta que conhece o Grãos de Luz e que não concorda “com difamações contra a entidade”.

Para o diretor de cultura de Andaraí, Emílio Tapioca, ex-presidente do Conselho Estadual de Cultura, “faz-se preciso compreender as dimensões da cultura, podemos até discordar deste ou aquele movimento, mas não se pode, em tempo algum, desfazer ou mesmo desmerecer a atuação e o papel de Pontão de Cultura Grãos de Luz e Griô, reconhecidamente uma das referências das lidas e lutas políticas culturais desta nação!”.

O dirigente de cultura de Barra da Estiva, Rodrigo Barreto, também saiu em defesa do Grãos de Luz e Griô. “Acompanhei a luta do povo da cultura, em especial o coletivo Grãos de Luz e Griô. Respeito todo empenho e energia depositada pelo e para os fazedores/trabalhadores da cultura de Lençóis”. As manifestações de apoio também chegam de lideranças indígenas. “Porque eu faço parte desta grande família Griô, que coletivamente reconstrói uma educação afirmativa respeitando as mestras [es] da tradição oral! Fica meu repúdio às pessoas que nos atacam”, diz o Cacique Ramon Tupinambá, da Aldeia Tucum, Território Tupinambá de Olivença.

“Conheço desde muito tempo a atuação do Grãos de Luz e Griô e vivi por 17 anos na Chapada Diamantina. Conheço o empenho, seriedade, honestidade e respeito aos processos democráticos desta organização”, declara Adriano Martins, assessor de projetos sociais no Brasil e no exterior. Passando de 300 assinaturas, com vários comentários de reconhecimento ao trabalho desenvolvido pela entidade na região e na política pública do Brasil o abaixo-assinado pode ser acessado por meio deste link.

Jornal da Chapada

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