Os recordes diários de casos e mortes por covid-19, a superlotação dos hospitais, a vacinação lenta e a falta de planejamento por parte do governo federal para conter a tragédia que avança parecem estar fazendo o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, “jogar a toalha”.
Demitido do governo Bolsonaro no início da crise sanitária por divergir do presidente e defender medidas de isolamento, Mandetta fez uma postagem na noite deste sábado (20) em que afirma que “nem o Congresso nem o STF parecem capazes de frear o desatino”. Segundo o político, “agora é cada um por si”.
“Faltou oxigênio em Manaus. Hoje está faltando em São Paulo. Prendam o fôlego. Nem o Congresso nem o STF parecem capazes de frear o desatino. Agora é cada um por si, quando deveríamos ser todos contra o vírus”, escreveu.
Faltou oxigênio em Manaus. Hoje está faltando em São Paulo. Prendam o fôlego. Nem o Congresso nem o STF parecem capazes de frear o desatino. Agora é cada um por si, quando deveríamos ser todos contra o vírus.
— Henrique Mandetta (@lhmandetta) March 20, 2021
Em sua publicação, Mandetta citou o fato de que, na noite de sexta-feira (19), foi registrada, pela primeira vez, falta de oxigênio em um hospital da capital paulista. Inúmeras cidades estão correndo risco de desabastecimento e, na maior parte das capitais, as Unidades de Terapia Intensiva (UTI) têm operado com mais de 80% de ocupação.
Também pelas redes sociais, o senador Paulo Paim (PT-RS) fez uma postagem que soou como uma resposta a Mandetta. “Neste momento tão triste, em que a covid mata sem distinção, faltam, entre nós, compaixão, empatia, solidariedade. O ‘todos’ deu lugar ao ‘cada um por si’. Deixemos o egoísmo de lado; usemos máscara; façamos isolamento. Vamos respeitar aqueles que têm prioridade na vacinação”, escreveu o petista. A redação é do site da Revista Fórum.
Neste momento tão triste, em que a covid mata sem distinção, faltam, entre nós, compaixão, empatia, solidariedade. O ‘todos’ deu lugar ao 'cada um por si'. Deixemos o egoísmo de lado; usemos máscara; façamos isolamento. Vamos respeitar aqueles que têm prioridade na vacinação.
— Paulo Paim (@paulopaim) March 21, 2021