O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concedeu entrevista à tevê italiana na última sexta-feira (9), na qual voltou a denunciar o ataque de Bolsonaro contra a vida dos brasileiros
No programa ‘Tg2 Post’, da RAI, principal rede de televisão da Itália, Lula disse que Bolsonaro trata a vida de brasileiros com desdém. O líder petista defendeu o Sistema Único de Saúde (SUS) e fez um apelo ao governo italiano para que este auxilie na criação de uma governança global contra o novo coronavírus.
Requisitado para entrevistas em todo o mundo nas últimas semanas, Lula tem proposto que os países se unam para garantir acesso a vacinas contra a covid-19 não só para o Brasil, mas para todas as nações em desenvolvimento que têm tido dificuldade de adquirir doses suficientes.
Nesta sexta, voltou a defender a ideia: “Deve haver vacina para todos. A vacina não pode ser gerenciada pelo mercado”.
“A covid é um flagelo que deve ser enfrentado mundialmente. Já falei sobre isso com muitos líderes internacionais. E também quero dizer à Itália, que assumirá a presidência do G-20, e ao primeiro-ministro Mario Draghi, para criarem uma governança global para lutar contra a pandemia”, disse Lula, acrescentando que pedirá ajuda também ao papa Francisco para concretizar a ideia.
Genocídio
Lula voltou a denunciar a maneira genocida como Bolsonaro tem agido durante a pandemia, o que tem levado a um número “inaceitável” de mortes. “Se tivéssemos um governo responsável, que tivesse encorajado o isolamento social e o uso de máscaras, a situação seria diferente. Só o Brasil não quis fazer lockdown porque temos um presidente genocida. É uma palavra forte, mas eu estou me referindo a um presidente que está levando a população brasileira a um genocídio”, argumentou.
Perguntado sobre o colapso do sistema de saúde brasileiro, Lula lembrou que o Brasil é um dos raros países do mundo com tantos habitantes e que possui um sistema universalizado de atendimento. E que o colapso não é culpa do SUS, mas da gestão feita na pandemia, que acabou sobrecarregando os hospitais. “Não foi feito um trabalho preventivo”, ressaltou Lula. As informações são de assessoria.