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#Bahia: Cerb realiza pesquisa com atraso de 24 anos para identificar presença de urânio em águas subterrâneas

Essa pesquisa considera o risco de contaminação das atividades de urânio | FOTO: Reprodução |

A Companhia de Engenharia Ambiental e Recursos Hídricos da Bahia (Cerb) realizará uma pesquisa para detectar a existencial de urânio em 30 amostras de águas subterrâneas no estado. A empresa que ganhou a licitação para realizar a pesquisa foi ‘Bioagri Ambiental’. Entretanto, o termo de referência do contrato da licitação não informa onde serão coletadas essas amostras.

Possivelmente, um dos locais onde as amostras que podem conter algum vestígios de mineral radioativo é na Província Uranífera de Lagoa Real, área de 1.200 quilômetros quadrados, distribuída entre Caetité, Lagoa Real e Livramento de Nossa Senhora, todos municípios do sudoeste, devido ao fato dessa região realizar atividades de mineração e beneficiamento de urânio da estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB), ligadas ao governo federal.

Segundo informações, em 2013 a Cerb construiu uma cisterna de água para o consumo humano em Caetité, aparentemente sem saber da presença do urânio no solo da região que poderia contaminar a água de origem subterrânea. A organização INB foi a responsável por detectar a contaminação na cisterna aberta pela Cerb, mas a estatal federal só alertou a prefeitura de Caetité sete meses depois que lacrou o poço.

Foi constatado que o nível da presença de urânio na água de Caetité é seis vezes maior do que é permitido por lei, resultado das atividades da INB na região. De acordo com um levantamento realizado pelo portal ‘Olho Público’, a Cerb deveria ter realizado essa pesquisa há cerca de 24 anos, considerando o risco de contaminação das águas subterrâneas em Caetité e Lagoa Real, pois esse fenômeno já era conhecido na década de 1990.

Ainda de acordo com o portal ‘Olho Público’, não foram encontradas evidências de que a Cerb já tenha feito algum tipo de análise ou monitoramento sobre presença de urânio em águas subterrâneas, e que embora a estatal tenha sido responsável pela abertura da cisterna contaminada, a análise que confirmou o laudo da INB foi feita pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), ou seja, essa é a primeira vez que a Cerb busca avaliar a contaminação na região. Jornal da Chapada com texto base do portal ‘Olho Público’.

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