O vereador Dr. Jairinho foi indiciado por crime de tortura à filha de uma ex-namorada. A investigação teve início na 16ª Delegacia de Polícia (DP) da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. No entanto, como as apurações do envolvimento de Jairinho na morte do menino Henry Borel estão ocorrendo nessa DP, o trabalho foi transferido à Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV).
Os delegados Felipe Curi, diretor do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE), Adriano Marcelo França, titular da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), e a promotora do caso, Elisa Fraga, participaram de uma coletiva, nesta sexta-feira (30). “Essa investigação surgiu no bojo do caso Henry. A responsável legal por uma criança, que entre os anos de 2010 e 2013, sofreu agressão comprovada pela investigação. A época, essa criança tinha entre 3 e 5 anos. Essa criança sofreu uma série de violências e até tortura”, afirmou Curi.
“Por medo, ela acabou não denunciando. Com o caso do Henry, ela criou coragem e acabou denunciando. Esse caso não tem nada a ver com o caso Henry, mas surgiu no bojo da investigação. Esse caso serve para corroborar o perfil violento do Dr. Jairinho contra menores filhos das pessoas que ele tem relacionamento amoroso. Isso ficou comprovado na investigação que foi concluída e na investigação que está em andamento”, acrescentou o delegado.
“Essa criança narrou e confirmou as agressões cometidas pelo indiciado, conhecido pelo nome político de Jairinho. Toda versão apresentada por Dr. Jairinho foi derrubada pelas provas documentais e pelo depoimento”, revelou França. “Em determinados momentos, ele diz não estar com determinadas crianças e em determinados locais. Porém, fotos mostram o contrário. A mãe dessa criança não foi indiciada. O crime aqui é de tortura majorada, por ser criança e por um período de dois anos”, afirmou o delegado da DCAV.
Perfil violento
O delegado disse, ainda, que o perfil de Jairinho é de uma pessoa violenta. “São crianças da mesma faixa etária e as lesões praticadas chamam atenção. As crianças narraram agressões semelhantes. Afogamento na piscina, chutes, socos, torção no braço. O perfil dele com as crianças é o que foi narrado aqui sobre as agressões. Da mesma forma que era violento, ele tinha um lado carinhoso. Esse lado carinhoso era na presença das mães, em festas. O perfil violento dele era feito de forma clandestina, na clandestinidade. Eram torção no braço, chutes, pisões, tudo que já foi narrado”, concluiu. Redação da Revista Fórum com informações do G1.