Os trabalhadores de limpeza do município de Juazeiro, no norte da Bahia, estão parados por causa do cancelamento temporário da vacinação contra a covid-19. A informação foi confirmada pelo SindilimpBA, nesta quarta-feira (18). O sindicato acompanha a categoria em todo o estado e cobrou uma posição do Ministério Público da Bahia (MP-BA). De acordo com a coordenadora-geral, Ana Angélica Rabello, a situação pode ser configurada como racismo estrutural e institucional e que pode ser refletida em outras cidades, caso as gestões municipais tomem a mesma decisão que Juazeiro.
“Pararam a vacinação por falta de organização da gestão. Estão alegando que há público na frente, mas não existe isso. São todos públicos prioritários, se tem vacina e a pessoa chega pra receber sua dose, já que tem direito, tem que ser aplicada. A decisão por paralisação é acertada e o sindicato defende e sustenta essa manifestação. Os garis e margaridas são prioridades no Brasil todo, foi uma conquista difícil e árdua”, aponta a sindicalista Ana Angélica, que defende o retorno imediato do plano de vacinação dos profissionais.
Segundo a coordenadora-geral, a paralisação pode acontecer em outras cidades baianas também. Ela explica que tem localidades que vacinaram apenas 37 trabalhadores de limpeza urbana. Para Ana, o cancelamento temporário da vacinação só piora a exposição dos profissionais, que atuam diariamente nas ruas para manter a limpeza dos grandes e pequenos centros urbanos. “A gente não vai parar de cobrar celeridade na vacinação e na ampliação dos públicos alvos e não vamos tolerar diferenças no tratamento. Prioridade é prioridade em todo o lugar, não existe alguém mais prioritário que o outro”, sintetiza Ana.