Os dois presos na Operação Sexta Parcela, nesta quinta-feira (17), são parentes. Eles moram em Salvador. A ação foi iniciada pela Polícia Federal para desfazer organizações criminosas que fraudam benefícios emergenciais. A delegada Suzana Jacobina não detalhou o parentesco dos dois homens, mas informou que eles atuavam juntos e confessaram o crime. A dupla também identificou o “mentor” da fraude, que é empresário e está sendo procurado pela PF. Celulares foram apreendidos.
Outras pessoas, que também foram identificadas após o interrogatório dos presos, estão sendo buscadas pela polícia. Durante entrevista coletiva, a delegada informou que os mandados de prisão, busca e apreensão foram cumpridos nos bairros de Cidade Nova, Pernambués e Centro. As investigações começaram em maio de 2020, um mês após o início dos pagamentos do auxílio emergencial.
A delegada Suzana Jacobina detalhou o modo de operar da quadrilha:
1. Os suspeitos abriram contas sem conhecimentos dos reais beneficiários;
2. Em seguida, eles abriram contas em bancos digitais, para emitir boletos falsos de pagamentos bancários, em nomes de outras vítimas, como uma forma de camuflar a fraude;
3. Os valores pagos nos falsos boletos iam para contas que os suspeitos tinham acesso. A partir daí, eles ficavam com o dinheiro.
Quando as vítimas passaram a buscar os valores do auxílio a que tinham direito, identificavam que alguém já tinha recebido o benefício no lugar delas. A delegada chamou ainda a atenção para a necessidade das vítimas de registram a ocorrência do caso, além de procurar a Caixa Econômica Federal para abrir o processo de contestação. Em um dos casos, ao invés de usar fraudar usando o pagamento do boleto, uma fraudadora transferiu diretamente os valores para uma conta que ela já tinha. Essa mulher também está sendo investigada pela polícia.
Operação Sexta Parcela
As investigações da operação estão vinculadas a três inquéritos, que investigam indícios de fraude em ao menos 98 contas. Essas fraudes geraram um prejuízo de R$60.600 mil aos cofres públicos. Esse montante pode ser ainda maior, porque a análise dos valores foi feita em um período de oito dias.
Outros 31 mandados de busca e 12 de sequestro de bens são cumpridos no Maranhão, Minas Gerais, Paraná, Rondônia, Roraima e São Paulo. Um mandado de prisão preventiva também foi cumprido em Praia Grande, no litoral de São Paulo. No total, a Sexta Parcela já bloqueou R$ 410 mil por determinação judicial. Além dessa operação, outras 98 já foram feitas pela PF para combater fraudes em benefícios emergenciais. Em um dos casos, uma organização criminosa gerou um prejuízo de R$ 580 mil aos cofres públicos.
As investigações são feitas a partir da Estratégia Integrada de Atuação contra as Fraudes ao Auxílio Emergencial (EIAFAE). Participam dela a Polícia Federal, Ministério Público Federal, Ministério da Cidadania, CAIXA, Receita Federal, Controladoria-Geral da União e Tribunal de Contas da União. A redação é do site G1 BA.