O escritor brasileiro Paulo Coelho, através da fundação, Coelho & Oiticica, que mantém com sua mulher, Christina Oiticica, se ofereceu para financiar o Festival de Jazz do Capão, evento que ocorre desde 2010 no Vale do Capão, em Palmeiras, na Chapada Diamantina, e obteve a captação de recursos através da Lei Rouanet negada pelo governo Bolsonaro por ter se posicionado como “antifascista” e “pela democracia”.
“A Fundação Coelho & Oiticica se oferece para cobrir os gastos do Festival do Capão, solicitados via Lei Rouanet (R$ 145,000). Entrem em contato via DM pedindo a alguém que sigo aqui que me transmita.”, informa a publicação. Além disso, o autor enfatiza condição para a liberação de verba: “que seja antifascista e pela democracia”.
A Fundação Coelho & Oiticica se oferece para cobrir os gastos do Festival do Capão, solicitados via Lei Rouanet (R$ 145,000) Entrem em contato via DM pedindo a alguém que sigo aqui que me transmita
Única condição: que seja antifascista e pela democracia pic.twitter.com/YUOAaWg1l5
— Paulo Coelho (@paulocoelho) July 14, 2021
Festival pretende judicializar caso de censura
O produtor executivo do Festival de Jazz do Capão, Tiago Tao, afirmou, que pretende judicializar o caso de censura envolvendo o governo federal, após a Fundação Nacional de Artes (Funarte) alegar “desvio de finalidade” e negar apoio ao evento via Lei Rouanet.
Para Tao, é surpreendente o tom ideologizado do parecer técnico. “O que me chamou mais atenção, e isso é o que está repercutindo nacionalmente, é que pela primeira vez eles estão colocando num papel timbrado do ministério, ideias que eles já estão discursando há alguns meses”, pontuou, mencionando as falas do titular da Secult, Mario Frias, e do secretário Nacional de Fomento e Incentivo à Cultura, o baiano André Porciúncula.
Diante do cenário, ele ressalta que a organização já está em contato com outros grupos que estão discutindo a cultura do Brasil em âmbito federal. “A gente percebe que já existe sim um movimento de judicializar algumas ações do governo federal, no sentido de tentar na Justiça, junto ao Ministério Público, pontuar algumas provas de que eles estão fazendo má gestão pública. E a gente vai se associar a isso, a gente já conversou com a Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados”, revelou Tiago Tao.
É uma prova física, um parecer emitido pela Funarte, colocando todas essas ideias ligadas a ideologia e religião”, afirmou o produto ao revelar que já existe um documento com mais de 800 páginas que reúne outras provas contra o governo federal.
Apesar de estar decidido a judicializar o caso, o produtor pontuou que não acredita que consigam o patrocínio, mas querem evitar que outros grupos sofram “perseguição ideológica”. “A gente não acredita que vai conseguir o patrocínio, só queremos buscar Justiça e o que é correto”, declarou. O festival vai lançar ainda esta semana uma campanha virtual para financiar o evento. Jornal da Chapada com informações de Bahia Notícias.