Surgida pela primeira vez no ano 1846, pelo pesquisador britânico William John Thoms (1803-1885), a palavra folclore é a união das palavras inglesas folk (que significa ‘povo’) e lore (que quer dizer ‘conhecimento’). O folclore ganha o significado literal de “conhecimento do povo” ou “aquilo que o povo faz”.
No Brasil, o Dia do Folclore brasileiro foi definido oficialmente através do Decreto nº 56.747, de 17 de agosto de 1965, aprovado pelo Congresso Nacional. A partir de então, o dia 22 de agosto passou a ser celebrado como o Dia do Folclore em todo o país.
A preocupação em sistematizar e divulgar o folclore brasileiro ganhou força no começo do século XX no Brasil. Durante a Semana de Arte Moderna, em 1922, várias obras apresentadas tiveram como inspiração o folclore brasileiro.
Na Bahia, a mistura de etnias da clássica tríade africanos, índios e portugueses, dentre outras como holandeses e espanhóis, carrega uma imensa fonte de elementos culturais.
Os traços dessa miscigenação podem ser observados em várias das manifestações populares. Tradições religiosas e festivas de várias culturas se misturaram dando um show de alegria e beleza.
Quando se fala em manifestações folclóricas baianas, em todo o estado pode-se encontrar, ao longo do ano, particulares formas de manifestação do povo baiano. Se Salvador tem o Carnaval e a Festa do Bomfim, Cachoeira tem as Damas da Boa Morte, Santo Amaro tem o Maculelê, Armação tem a Puxada de Rede, Uauá tem o Reisado, São Félix tem o Samba-de-Roda.
A capoeira é a mais conhecida e praticada forma de folclore na Bahia. Nessa manifestação de grupos, participam lutadores que, entre golpes de ataque e defesa, demonstram que além da arte, a cultura prevalece.
Tudo leva a crer que a capoeira, um misto de dança e luta, tenha sido criada e desenvolvida no Brasil pelos escravizados e seus descendentes, como meio de defesa, com base em tradições africanas.
As referências populares e de estudiosos sempre mencionam as capoeiras de Angola e Regional. Em seu desenvolvimento, a capoeira tomou uma forma de revide, em resposta às ameaças e agressões físicas sofridas pelos escravos. Como arma de combate, ela utiliza os braços, as pernas, as mãos, os pés, a cabeça, os cotovelos, os joelhos e os ombros.
Sem dúvida, a Bahia é o grande berço brasileiro da cultura popular e o seguro recanto das tradicionais manifestações folclóricas que caracterizam e contam a história deste país.
No interior do estado, o baiano é representado pelo vaqueiro do sertão enquanto no litoral, principalmente em Salvador, pelas baianas com seu traje típico. Dos ritos os que mais se sobressaem são o Candomblé, a Festa de Iemanjá e a Lavagem do Bonfim.