O secretário de Saúde de Salvador, Leo Prates, ressaltou em entrevista ao editor-chefe do Portal M!, no jornal A Tarde, a importância do ex-secretário Fábio Vilas-Boas para a saúde pública do estado. “Olha, eu não posso deixar de reconhecer a importância que Fábio teve para mim, para o meu trabalho, para o trabalho na Secretaria Municipal de Saúde. Eu acho que Fábio foi uma peça importante para o que eu considero de terceiro avanço na democracia da Bahia, liderado, nesse caso, pelo ex-prefeito ACM Neto e pelo governador Rui Costa, que foi a blindagem do Sistema Único de Saúde durante a pandemia, colocando as diferenças de lado”, ressaltou.
“O que a Secretaria Municipal de Saúde podia apoiar a Sesab, nós apoiávamos, e o que a Sesab podia nos apoiar, nos apoiou, e eu tenho que agradecer muito ao secretário Fábio. E ele acabou me dando um presente, que foi a amizade da maioria dos técnicos da Sesab”, completou. Leo Prates ressaltou ainda que lamenta o episódio que ocorreu, que o fez renunciar ao cargo de secretário, e justificou que um erro do secretário não vai apagar “todo o legado que ele deixou”.
“Nesse momento, a relação continua a melhor possível e, claro que a gente fica triste, entende o que ocorreu, lamenta o episódio que ocorreu, mas não é um erro do secretário Fábio que vai apagar todo o legado que ele deixou, todo o trabalho que ele fez e, nesse momento, eu rendo a homenagem a ele, por 16 meses e meio de um trabalho profícuo em conjunto”, afirmou.
“Todos nós temos qualidades e defeitos, mas eu não posso deixar de reconhecer. Se nós demos o terceiro salto na democracia e que eu considero na Bahia blindando o Sistema Único de Saúde de diferenças políticas, isso se deve muito ao secretário Fábio e ao seu trabalho à frente da Sesab. A relação continua a melhor possível com todos os técnicos, seja com Tereza Paim, secretária interina, com Rívia da Superintendência de Vigilância, com a superintendente de regulação Alcina”, ressaltou.
Leo Prates avaliou ainda ao Portal M! sobre o papel das vacinas contra a variante Delta e as outras variantes, como a lambda. “As vacinas têm se mostrado eficientes, apenas em alguns casos houve uma redução considerável da proteção em relação a determinada variante, no caso a Delta. Então eu acredito que nós vamos ter, veja, nós com sete meses estamos discutindo a terceira dose nos idosos, que estar sempre rodando as vacinas”, avaliou.
“Eu acho que o desafio do mundo agora é produzir mais vacinas para que a gente chegue a uma equidade mundial e, além disso, aí vem o desafio que eu acho que o Governo Federal está perdendo o momento hoje que é o seguinte: provavelmente e possivelmente, nós vamos ter que rodar três a cinco ciclos, na minha visão e na visão da maioria dos epidemiologistas que eu tenho conversado. O que quer dizer isso? Que nós vamos ter vacinação em massa contra a covid de três a cinco anos”, completou.
O secretário disse também que o que mais o preocupa, como secretário de saúde, é que o Governo Federal precisa discutir o financiamento. “Porque uma coisa é um município suportar um ano. Outra coisa é, por exemplo, o prefeito Bruno Reis suportar um sistema de vacinação como nós estamos implantando, o maior da história de Salvador, por quatro, cinco anos, ou seja, por toda a sua gestão, e ainda num momento em que a atividade econômica está comprometida, ou seja, a arrecadação se compromete também, então estamos todos juntos nesse barco, e ao contrário, você tem que expandir serviços”, disse.
“Porque você tem hoje uma pressão das UPAs em o que nós chamados de pacientes que não têm coronavírus, ou seja, têm outras doenças. Então é um cenário bem difícil para os prefeitos”, prosseguiu. Questionado se muitas comorbidades que deixaram de ser tratadas ao longo desses meses é um problema que preocupa hoje na capital baiana, Leo confirmou exemplificando como prioridade os pacientes vasculares.
“Preocupa. Nós estamos preocupados em várias frentes, primeira frente eu acredito que são os pacientes vasculares. Eu conversava com a secretária interina Tereza Paim, e a gente estava conversando sobre esse problema, nós temos vários pacientes vasculares, especialmente AVC. As UPAs estão muito cheias e não é de coronavírus, para deixar claro, mas é de pacientes com outras doenças, e foram justamente essas pessoas que você falou que ficaram com medo de ir até as unidades”, explicou.
“A gente não pode culpar as pessoas com medo de pegar coronavírus. Nós temos muitos pacientes coronarianos também, com infarto. E nós temos aí uma preocupação grande que há pouco, esse foi o motivo da nossa troca de conversas, eu e Tereza Paim, que são os pacientes oncológicos, especialmente os pacientes de oncohematologia. Então há uma preocupação muito grande, porque essas pessoas precisam de tratamento contínuo”, finalizou. A redação é do site Muita Informação.