O Ministério Público da Bahia (MPBA), em conjunto com a Polícia Civil e equipes da Secretaria da Fazenda (Sefaz), deflagrou, na manhã desta terça-feira (31), a operação ‘Corações de Ferro’, para investigar a prática de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro cometida por um grupo empresarial do setor de comércio atacadista de materiais de construção. Na ocasião, duas pessoas foram presas, mas por posse de drogas e armas.
Operação teve 23 alvos, sendo pessoas jurídicas e físicas. Foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão, sendo 11 em Ilhéus e sete em Salvador. Além dos mandados, a Justiça determinou ainda o bloqueio dos bens do grupo empresarial e de seus sócios, ocultos e ostensivos, para garantir a recuperação dos valores sonegados.
Estima-se que o grupo, que não teve o nome divulgado, tenha sonegado cerca de R$11 milhões em impostos. Documentos, celulares, computadores e outros objetos, como maquinetas de loja, foram encontrados. Em Salvador, o suspeito foi encontrado com latas de lança perfume e compridos de ecstasy, além de três armas de fogo e munições. Já no município de Ilhéus, no Sul da Bahia, o homem foi encontrado com duas armas de fogo.
Segundo informações divulgadas pelo MP-BA, o valor que foi sonegado em impostos, conforme a investigação, foi por meio de operações fraudulentas de aquisição de ferro como se fosse o consumidor final. Após isso, o material era destinado à revenda. As empresas ainda eram erroneamente enquadradas no regime do Simples Nacional.
As investigações revelam também que “laranjas” eram usados no quadro de sócios das diversas empresas criadas, para atuar na compra e venda do ferro, para a construção civil. O grupo ainda utilizava Cadastros de Pessoas Físicas (CPFs) falsos. De acordo com a Sefaz, o objetivo era sonegar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) devido e promover a blindagem patrimonial dos verdadeiros gestores do grupo.
Jornal da Chapada