O município de Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, conseguiu reduzir em até 70% seus casos de dengue, chikungunya e zika, em razão da liberação em massa de espécimes do mosquito Aedes aegypti, transmissor dessas doenças, infectados pela bactéria Wolbachia. Com a bactéria, as enfermidades não conseguem se desenvolver nos insetos, que assim deixam de transmiti-las. O Brasil deve utilizar o método em maior escala, após a experiência bem definida.
Em Niterói, a liberação dos insetos começou experimentalmente em 2014. Neste caso, 33 bairros, com total de 373 mil habitantes, foram contemplados até o momento. Os casos de dengue foram reduzidos, nas áreas em que houve a intervenção entomológica, em 70%; os de chikungunya, em 60%; e os de zika, em 40%, conforme levantamento da Fiocruz.
De acordo com dados do World Mosquito Programa, uma inciativa internacional que visa proteger comunidades das doenças transmitidas por mosquitos, os números são semelhantes aos verificados em outros países que adotaram a estratégia. Na Indonésia, por exemplo, a redução do número de casos das doenças foi de até 77%. O recuo resultou em queda de 86% nas internações.
A Wolbachia é uma bactéria presente naturalmente em 60% dos insetos na natureza, mas não no Aedes aegypti. Ela impede o desenvolvimento dos vírus da dengue, zika, chikungunya e também da febre amarela. Assim, a transmissão dessas doenças é interrompida.
De acordo com especialistas, o método consiste em inocular a bactéria nos mosquitos e liberá-los na natureza. Logo, uma população com Wolbachia leva a uma redução natural da transmissão das doenças, proporcionando um método seguro, visto que a bactéria está presente em muitos insetos e na natureza. Jornal da Chapada com informações de Estadão.