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#Chapada: Guias se preocupam com êxodo urbano desordenado na região chapadeira; “Sem planejamento”

Visual de um dos mirantes do Vale do Cachoeirão | FOTO: Jornal da Chapada |

Os guias da Chapada Diamantina se mostram preocupados com o êxodo urbano desordenado na região chapadeira. Para eles, esse êxodo está ocorrendo de maneira muito rápida e “sem planejamento”, impactando, em grande parte, de maneira negativa para a localidade.

O êxodo urbano foi impulsionado com a pandemia de covid-19. Os residentes das áreas urbanas começaram a se deslocar para localidades mais tranquila, em busca de maior contato com a natureza e qualidade de vida. Além disso, a possibilidade do trabalho remoto é algo que está sendo levado em conta pelas pessoas.

A tendência para uma busca em uma vida no campo é algo comum em tempos de grandes pandemias. Na pandemia de gripe espanhola, por exemplo, a população de Nova York diminuiu 66% entre os anos de 1920 e 1970.

O guardião, guia e também brigadista, Homero Vieira, acredita que o êxodo para a Chapada é “preocupante do ponto de vista ambiental”. Ele cita como um dos impactos negativos o desmatamento das áreas para a construção de residências e acredita que pode ser que o único ponto positivo para a região seja o financeiro.

‘Juju Natureza’ e Homero Vieira vivem e atuam como guardiões da Chapada Diamantina | FOTO: Montagem do JC |

Embora entenda o êxodo como algo natural, Vieira alega pontos negativos para esta questão e salienta que está ocorrendo de forma desordenada. “Está acontecendo um êxodo sem planejamento algum, triste e preocupante para a questão ambiental”, diz.

“As pessoas procuram a Chapada para ter uma qualidade de vida e paz, mas com o crescimento, tudo termina se perdendo”, completa ao salientar que o êxodo acaba propiciando a violência, drogas, prostituição e o próprio turismo de forma antrópica.

Já para a guia Juliana Oliveira, conhecida como ‘Juju Natureza’, o impacto do êxodo é relativo, mas tem sido cada vez mais intenso. “No Vale do Capão é raro ver um nativo, a maioria dos moradores são de outros países, a cidade fica suja, tem muitas moscas e tem muitas drogas”, salienta.

“Em Lençóis também tem muita criminalidade, é muito comércio de pessoas de fora. A única cidade que se salva dos forasteiros são Igatu e Mucugê, porque o custo de vida é muito alto”, completa a guia.

Jornal da Chapada

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