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#Brasil: Mãe de criança com leucemia diz que União recorreu para não pagar tratamento via SUS; “Negou a vida de Yasmin”

Família de menina de 11 anos com câncer faz campanha para pagar terapia genética nos EUA que custa R$ 3,5 milhões | FOTO: Reprodução/Redes Sociais |

A mãe da menina Yasmin Bastos Nunes, de 11 anos, que luta contra leucemia linfoide aguda (LLA), fez um desabafo nas redes sociais. Segundo Viviane Bastos, a União recorreu da liminar da Justiça Federal que determinou o depósito no valor de R$ 1.914.535,77 para complementar o tratamento Car-T Cell da baiana, nos Estados Unidos.

O desabafo foi feito na quarta-feira (20). A família de Yasmin Nunes, que mora em Feira de Santana, a cerca de 100 km de Salvador, lançou uma campanha para arrecadar o valor e garantir que a menina tenha acesso ao serviço, indisponível no Brasil.

Yasmin possui leucemia linfoide aguda (LLA), um tipo raro e agressivo de câncer, desde 2015. Os pais dela procuraram a Defensoria Pública da União (DPU) para garantir o direito à única alternativa de tratamento, que é a terapia Car-T Cell. Eles criaram campanhas na internet para sensibilizar e mobilizar doadores.

“Nesta tarde recebemos duas notícias. Primeiro a Defensoria Pública entrou em contato informando que a União recorreu da liminar, a União negou a vida de Yasmin. Há 15 minutos recebi um e-mail do Hospital de Cleveland, que aceitou o tratamento de Yasmin, que já tinha deixado tudo certo”, desabafou.

“Eles responderam, após análise do quadro atual, que ainda sim é possível fazer a coleta das células, mas demonstraram preocupação pelo fato de a doença ter ido para o sistema nervoso, o que significa que a doença vem progredindo rapidamente”.

A situação causa desespero em Viviane Bastos, que apelou para que as pessoas façam mais doações, já que o Hospital de Cleveland pediu um retorno breve da família.

“Eles querem que a gente vá logo, mas a gente não tem dinheiro suficiente. Minha guerreira está aqui lutando a cada dia. Não está sendo fácil pra ela, nem para gente”, disse a mãe de Yasmin. O g1 tenta contato com a União para solicitar posicionamento sobre o caso.

Tratamento
Os custos estimados do tratamento nos Estados Unidos são de aproximadamente R$ 3,5 milhões. Até o último 7 de setembro, mais de R$ 2,3 milhões tinham sido arrecadados. Em nota, a DPU informou que, em razão da gravidade e dos riscos envolvidos, o defensor federal Daniel Maia Tavares requereu à Justiça, no dia 20 de setembro, que o governo federal arque com todos os custos via Sistema Único de Saúde (SUS).

O valor da causa foi estipulado em R$ 5 milhões, considerando possíveis variações no dólar, com o objetivo de garantir a despesa médica, farmacêutica e hospitalar, além de transporte, alimentação e estadia da criança e acompanhantes durante o tratamento.

Na decisão, a juíza federal Andreia Guimarães do Nascimento, da 3ª Vara Federal Cível de Feira de Santana, ordenou que, assim que a União deposite o valor, a Caixa Econômica Federal (CEF) proceda à transferência do montante para conta poupança da família, que deverá prestar contas após o retorno.

Yasmin recebeu alta do Hospital São Rafael, em Salvador, no dia 2 de setembro, após passar 30 dias internada. A menina passou 15 dias internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para tratar complicações de uma cirurgia, para a realização de biópsia. As complicações foram causada por causa do avanço do câncer.

Yasmin Nunes tem 11 anos e sofre de um tipo raro de leucemia agressiva | FOTO: Reprodução/TV Subaé |

Avanço da doença
A mãe de Yasmin, Viviane Bastos, destaca que a leucemia tem progredido, e a filha não responde mais a quimioterapia. A única possibilidade de garantir que a garota melhore é a terapia Car-T Cell, de acordo com a equipe médica que acompanha o caso.

Yasmin e os familiares lutam há seis anos desde que descobriu o câncer, que atinge o sistema imunológico e a medula óssea, mesmo após a realização de um transplante.

O tratamento está disponível em países da Europa e nos Estados Unidos. A terapia consiste em modificar as células do próprio paciente em laboratório e depois de modificadas essas células são inseridas novamente no paciente para destruir as células tumorais. As informações são do g1 Bahia.

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