Pouco mais de uma semana após veículos internacionais como “The News York Times”, “CNN” e “Washington Post” publicarem uma série de denúncias envolvendo o elo entre o Facebook e a extrema-direita, o dono da corporação, Mark Zuckerberg, anunciou um novo nome para o grupo. No início do mês, Frances Haugen, ex-executiva da empresa, afirmou que o conglomerado alimenta a divisão na sociedade e enfraquece a democracia.
Afundado em escândalos, Zuckerberg decidiu rebatizar a empresa que comanda Facebook, WhatsApp e Instagram. Após o executivo insistir em uma teoria de que a internet será um grande metaverso (ou realidade virtual), a companhia se chamará Meta.
“Aprendemos muito ao enfrentar questões sociais e viver em plataformas fechadas, agora chegou a hora de pegarmos tudo o que aprendemos e ajudar a construir o próximo capítulo”, anunciou Zuckerberg durante evento com investidores.
“Somos uma empresa que desenvolve tecnologia para conectar. Juntos, podemos finalmente colocar as pessoas no centro de nossa tecnologia. E, juntos, podemos desbloquear uma economia de criadores muito maior”, completou. Os aplicativos ligados à marca devem sofrer alterações.
Facebook promove a extrema-direita
Esse apelo a novos horizontes tem como objetivo tentar esconder os problemas que a empresa enfrenta no presente. A ex-executiva Frances Haugen deu um depoimento contundente à Comissão Federal de Comércio dos EUA condenando a atuação do Facebook.
Haugen entregou documentos internos da empresa para parlamentares, reguladores e meios de comunicação que mostram que as redes de Zuckerberg provocam “mais divisão, mais dano, mais mentiras, mais ameaças e mais combate” na sociedade.
Segundo ela, a rede de Zuckerberg mentiu sobre o combate ao discurso de ódio, violência e fake news na plataforma. Frances disse que o Facebook desmontou sua equipe de “integridade cívica” logo após a eleição de 2020, assim que Joe Biden foi declarado vencedor.
Com esses documentos em mãos, o consórcio “The Facebook Papers”, formado por 17 organizações jornalísticas norte-americanas, trouxe reportagens que mostram que a rede social contribuiu para a disseminação de fake news, e inclusive para a mobilização de grupos de extrema direita, o que culminou na invasão ao Capitólio em 6 de janeiro, que deixou cinco mortos. Com informações da Revista Fórum.