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#Brasil: Guru econômico de Moro, Pastore defende privatização da Petrobras e expôs “otimismo” com Bolsonaro

Affonso Celso Pastore, Sergio Moro e Jair Bolsonaro | FOTO: Montagem/Revista Fórum |

Apontado pela Globo como “guru” macroeconômico de Sergio Moro (Podemos), depois que o ex-juiz citou o nome dele como assessor de seu “projeto” para disputar a Presidência da República, Affonso Celso Pastore, ex-presidente do Banco Central no governo João Figueiredo, na Ditadura Militar, defende a privatização da Petrobras e viu com “otimismo” o governo Jair Bolsonaro (Sem partido) em 2019.

Colunista do Estadão, folhetim conservador que representa a elite financeira paulista, Pastore expôs em 3 de fevereiro de 2019 seu “otimismo com o novo governo“.

“O ministro da Economia [Paulo Guedes] quer executar políticas econômicas baseadas no cumprimento de contratos, na correção das distorções tributárias, na exposição das empresas privadas à competição, com incentivos à busca de mais produtividade, com uma política monetária sólida e, acima de tudo, garantindo uma trajetória sustentável da dívida pública”, escreveu.

Pastore ainda comemorou efusivamente a volta das privatizações ao debate político, repetindo a ladainha de que “há evidências abundantes de que a gestão das empresas produtivas por parte do setor privado é muito mais eficiente do que por parte do governo”.

“E não há razões pelas quais o Brasil não deva realizar, no mínimo, a privatização total do sistema de refino e distribuição de petróleo, e da geração e distribuição de energia elétrica”, escreveu Pastor.

O “mínimo” pediu pelo guru de Moro em grande parte já foi feito com a venda de refinarias da Petrobras e a proposta de privatização da Eletrobras, que foi tratorada pelo governo no Congresso.

O economista ainda celebrou que “voltou ao debate o tema da abertura da economia”, em claro sinal de simpatia pela política econômica de Fernando Collor de Mello e Fernando Henrique Cardoso, que quebrou boa parte do parque industrial brasileiro. “Estes são apenas alguns exemplos de ações voltadas à retomada do crescimento. O governo se propõe a fazer muito mais“, comemorou.

Pastore ainda afirmou que para manter o tóten neoliberal “do teto constitucional para os gastos primários do governo federal” só seria “possível com a aprovação de uma robusta reforma da previdência“.

“Não se trata de qualquer reforma. Para que ela faça justiça à expectativa extremamente otimista do setor privado”, dizia o guruu de Moro.

Mesmo com a reforma da Previdência, o governo Jair Bolsonaro (Sem partido) busca formas de estourar o teto de gastos rolando dívidas dos precatórios para garantir o pagamento do Auxílio Brasil, programa que substituiu o Bolsa Família, apenas no ano eleitoreiro de 2022.

“Privatizações: um argumento esquecido”
Em novo artigo em abril de 2021, quando Moro já havia deixado o governo, Pastore mostrou-se revoltado com o fato do governo não conseguir levar adiante promessas de campanha ao sistema financeiro, como a privatização da própria Petrobras e de bancos públicos.

Indagando o motivo pelo qual “as privatizações perderam força apesar do sucesso obtido durante o governo FHC”, Pastore responde a si mesmo, após lembrar que “a frustração com o caminho tomado levou-me a resumir alguns dos argumentos que expus na introdução do livro Infraestrutura, Eficiência e Ética, de 2016, do qual fui o coordenado”.

“Para mim, a explicação é muito simples. As empresas estatais são usadas (e abusadas) pelos governos, à esquerda e à direita, como fonte de poder político“, disse o economista que, à época já havia rompido também com Paulo Guedes.

Pastore participou de negociatas da Ditadura com o FMI
Pastore formou-se em 1961, em economia, na Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da Universidade de São Paulo (FEA-USP).

Em 1969, já durante a ditadura, integrou a delegação do governo brasileiro na reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI), realizada em Washington, quando os militares alinharam a política econômica brasileira aos preceitos liberais pregados pelos EUA. Em 1979 assumiu a presidência do Banco Central e ficou no cargo até o final do governo Figueiredo. As informações são da Revista Fórum.

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