O advogado criminalista Augusto de Arruda Botelho afirmou que o ex-juiz e presidenciável Sérgio Moro (Podemos) destruiu registro de audiência que fez com o doleiro Alberto Youssef. O advogado respondeu diretamente ao ex-juiz, que postou vídeo na noite desta quarta-feira (29), em suas redes sociais, afirmando ser vítima de fake news:
“Sergio, quando o Youssef, desrespeitando as cláusulas da delação que fez no Banestado, voltou a delinquir, você foi comunicado e fez uma audiência com ele. Tempos depois você mandou destruir o registro em vídeo de tal audiência. Por que fez isso?”, pergunta Botelho.
Sergio, quando o Youssef, desrespeitando as cláusulas da delação que fez no Banestado, voltou a delinquir, você foi comunicado e fez uma audiência com ele. Tempos depois você mandou destruir o registro em vídeo de tal audiência.
Por que fez isso? https://t.co/9Yn5RXKn5l— Augusto de Arruda Botelho (@augustodeAB) December 30, 2021
História precisa ser contada
Botelho afirmou ainda ao UOL News, na manhã desta quinta-feira, que o ex-juiz deve ser questionado ao longo da campanha presidencial a respeito de sua relação com o doleiro Alberto Youssef.
O criminalista lembrou que, ao contrário do que Moro declarou, ele e Youssef se conhecem muito antes da operação Lava Jato.
“Essa história precisa ser muito melhor contada. Há capítulos dessa história que precisam de uma profunda investigação. Sergio Moro deve ser questionado sobre seu relacionamento muito antigo e muito próximo com Alberto Youssef”, afirmou.
Delação premiada
O doleiro foi condenado pelo ex-juiz a penas de mais de 120 anos de prisão. Youssef, porém, deixou o regime fechado em 2016, após fazer um acordo de delação premiada.
Botelho lembra que Moro homologou dois acordos de colaboração premiada de Youssef. “Isso não é combater a corrupção. Isso está longe de se fazer justiça”, argumentou.
“Alberto Youssef é peça fundamental para se entender, para se reescrever e, principalmente, para se descortinar certos fatos que ainda precisam ser levados a público dentro da Lava Jato”, finalizou o advogado. Com informações da Revista Fórum.