O delegado Martin Bottaro Purper, que já comandou investigações sobre o Primeiro Comando da Capital (PCC), foi escalado para reabrir as investigações sobre a facada em Jair Bolsonaro (PL) na campanha de 2018.
Há 17 anos na PF, Purper será o responsável por investigar mais uma vez a tese propalada por Bolsonaro de que Adélio Bispo não agiu sozinho a partir da de Zanone Manuel de Oliveira Júnior, um dos advogados do autor do atentado e alvo de busca e apreensão em dezembro de 2018.
A autorização para reabertura do caso acontece em novembro pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região. O delegado deve analisar os dados bancários e o conteúdo do celular apreendido com o advogado para avançar na última lacuna do caso, sobre se houve mandante para o ataque contra Bolsonaro.
Na entrada do ano eleitoral, Bolsonaro, que se internou às pressas para tratar de mais um obstrução intestinal, resgatou o caso e incitou na horda bolsonarista a tese defendida pelo clã, de que Adélio fazia parte de um plano comunista para assassinar o então candidato.
Linha de investigação
A nova investida da PF sobre o caso vai focar nos motivos de Oliveira Junior ter assumido o caso mesmo sabendo que Bispo não tinha condições financeiras para manter pagá-lo.
A principal “prova” defendida por bolsonaristas é que o advogado teria voado com avião próprio para atender Adélio – sem colocar na conta a repercussão que o caso traria para o nome do jurista.
O que a PF quer saber, trocando em miúdos, é se Oliveira Júnior recebeu de terceiros para assumir a defesa ou seu interesse era apenas midiático, por se tratar de um processo que daria visibilidade ao advogado.
A investigação envolvendo o advogado estava parada desde 2019. Na ocasião, o TRF-1 acatou por liminar um pedido da OAB cujo argumento era a suposta violação do sigilo funcional da defesa. Redação da Revista Fórum.