A disputa para se tornar o almejado candidato requisitado pela mídia na chamada “terceira via” está cada dia mais acirrada. Mas, não impede que adversário como Sergio Moro (Podemos) e Ciro Gomes (PDT) se unam para atacar Lula (PT), que lidera com folga as pesquisas de intenção de votos.
Dias após arregar de um debate sobre economia com o pedetista, o ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL), fez coro às críticas ao artigo de Guido Mantega (PT), ex-ministro de Dilma Rousseff (PT), sobre a política econômica de um possível governo Lula.
Adaptado ao repertório político do ex-chefe, Russo, codinome de Moro na Vaza Jato, usou um suposto termo propalado pela Lava Jato para se referir ao ex-ministro petista.
“Impressão minha ou Pós-Itália nega ou omite que a nova matriz econômica (agora será a novíssima?!) gerou a grande recessão de 2014-2016 durante o Governo do PT?”, disse Moro, ignorando o fato de que a Lava Jato desmontou grande parte do parque industrial ligado à Petrobras no Brasil, gerando uma avalanche de desemprego, e os achaques do centrão, capitaneado por Eduardo Cunha, ao governo Dilma.
Impressão minha ou Pós-Itália nega ou omite que a nova matriz econômica (agora será a novíssima?!) gerou a grande recessão de 2014-2016 durante o Governo do PT?
— Sergio Moro (@SF_Moro) January 5, 2022
No mesmo tom, Ciro Gomes invocou seu palavrório – “cinismo”, “araque” – para atacar Mantega e Lula, buscando um lugar ao sol em meio ao debate.
“O lulismo já reedita o famoso álibi da ‘herança maldita’, agora com sinal invertido e duplicado. Quem temia que a proposta econômica do petismo fosse o ‘mais do mesmo’ ficou ainda mais frustrado: é o ‘menos do mesmo’”, brada Ciro, que diz que Mantega “esconde vergonhosamente Dilma, manipula números e transfere toda culpa para o execrável e igualmente culpado Bolsonaro”.
“É uma mistura de “Carta aos Brasileiros” envergonhada e nacional desenvolvimentismo de araque”, classificou o pedetista.
Ou seja, fugindo das suas culpas que são imensas, o lulismo já reedita o famoso álibi da "herança maldita", agora com sinal invertido e duplicado. Quem temia que a proposta econômica do petismo fosse o "mais do mesmo" ficou ainda mais frustrado: é o "menos do mesmo".
— Ciro Gomes (@cirogomes) January 5, 2022
Prioridade: combate à miséria e à fome
Em seu artigo na Folha de S.Paulo, Mantega aponta que não há saída fácil, mas dá a receita.
“As forças democráticas deverão elaborar um programa de desenvolvimento econômico e social para a reconstrução do país”. Para ele, “esse programa deverá conter medidas emergenciais de combate à fome e à miséria, que propiciem condições de sobrevivência da população mais pobre”.
Além disso, “o governo deve coordenar um ambicioso plano de investimentos públicos e privados, de modo a ampliar a infraestrutura e aumentar a produtividade, gerando muitos empregos”.
Mantega também quer uma reforma tributária “que simplifique os impostos federais, estaduais e municipais. É importante também diminuir a taxação dos mais pobres, aumentando os tributos sobre a renda e patrimônio dos 1% mais ricos, de modo a reverter a regressividade da estrutura tributária brasileira”.
Ao final, ele reafirma: “o que está em jogo nas próximas eleições é se continuaremos com a política econômica desastrosa do governo Bolsonaro e de outros candidatos neoliberais, ou se vamos retomar a via do social-desenvolvimentismo rumo ao Estado de bem-estar social”. Com informações da Revista Fórum.