Resgatado e culpado a cada internação de Jair Bolsonaro (PL) e pressionado a falar algo que possa ser usado nas eleições de outubro, Adélio Bispo estaria sendo vítima de uma série de hostilizações e teve, inclusive, o pé quebrado por agentes penitenciários por não querer tomar banho de sol.
A agressão teria sido confirmada pelo piloto de helicóptero Felipe Ramos Morais, que foi preso junto com Adélio na Penitenciária Federal de Campo Grande acusado de ter prestado serviços para narcotraficantes ligados ao PCC.
Em entrevista à coluna de Josmar Jozino no portal Uol nesta terça-feira (11), Morais, que está em liberdade, disse que costumava jogar damas com Adélio e relatou o episódio quando agentes pennitenciários teriam quebrado o pé do autor da facada em Jair Bolsonaro (PL) quando ele foi levado à força ao pático após dizer que não queria tomar banho de sol.
Segundo a direção do presídio, Adélio teria tido o pé quebrado no dia 8 de outubro de 2019. No entanto, a chefia dos agentes penitenciários alega que ele teria desobedecido ordens, jogado roupas no chão e chutado a porta da cela, antes de ser imobilizado e levado para o isolamento de 10 dias.
Na sindicância aberta para apurar o caso, o agente foi classificado como bolsonarista, que costumava dizer que “quem vota no Lula é vagabundo e que Bolsonaro é um homem de Deus”.
Ouvido na investigação, Morais relatou que desde que Adélio chegou à unidade foi perseguido pelo agente penitenciário. Após o depoimento, o piloto passou também a ser perseguido.
Ele relata que policiais federais também iam à prisão constantemente e, como ele tinha proximidade com Adélio, perguntavam se o autor da facada havia dito se agiu sozinho no atentado contra Bolsonaro ou se alguém o teria ajudado no planejamento e execução do crime.
A tese é a mesma defendida por Jair Bolsonaro e que ocasionou a abertura de uma nova investigação pela Polícia Federal, desta vez tendo o advogado Zanone Júnior, que fez a defesa de Adélio mais uma vez como foco.
Na reportagem, Josmar Jozino disse ter tido acesso a uma carta que Adélio enviou ao juiz-corregedor da 5ª Vara Federal de Campo Grande, Dalton Igor Kita Conrado. Na carta, Adélio pede a transferência para o sistema prisional de Minas Gerais por causa da perseguição em Campo Grande.
No texto, ele afirma ainda que a transferência é por causa do “macônico satanismo” da penitenciária de Campo Grande e que o “prédio foi construído com essa finalidade, projetado maçonicamente, para adoração ao Diabo”. Redação da Revista Fórum.