Ressentido por ter deixado o cargo de super ministro da Justiça pelas portas do fundo do governo antes de se lançar candidato à Presidência, Sergio Moro (Podemos) vive um dilema: até que ponto atacar o ex-chefe Jair Bolsonaro (PL). Segundo a revista Veja, Moro tem sido pressionado por quadros do Podemos a tirar ao menos cinco pontos percentuais de Bolsonaro para que sua candidatura se torne competitiva na chamada terceira.
No entanto, o ex-ministro teme afugentar votos de bolsonaristas arrependidos ao levantar o tom dos ataques ao ex-chefe. Empacado abaixo dos dois dígitos na pesquisa, Moro aparece na terceira colocação na mais recente pesquisa Quaest, com 9% das intenções de votos. O estudo mostra ainda que em uma eventual desistência de Moro, já ventilada nos bastidores, o principal beneficiado seria Bolsonaro, com herança de 24% dos votos de seu ex-ministro.
Invertida, a relação se mantém, com Moro como segunda opção de 22% dos eleitores de Bolsonaro. A pesquisa teria acendido o alerta na campanha do Podemos, que quer encontrar uma medida de atingir Bolsonaro sem resvalar no ex-juiz da Lava Jato, que foi alçado ao governo após influenciar diretamente as eleições 2018. Em entrevista à própria Veja, Moro admitiu que “o adversário principal no primeiro turno é o Bolsonaro”. Redação da Revista Fórum.