Um morador de Iraí de Minas viralizou nas redes sociais, no último sábado (15), ao compartilhar imagens lavando, com escova e detergente, um suposto meteorito – fragmento ‘sobrevivente’ do meteoro – que teria caído na região mineira na noite da sexta-feira (14). “‘Ó’ o sinal que ela derreteu com o calor, olha aqui! E outra coisa também, ela quebrou com a pancada, olha lá. Cabou de lavar ela”, narra o homem, que não se identificou.
Segundo o astrônomo Marcelo de Cicco, coordenador do projeto brasileiro de pesquisas de meteoros no ‘Observatório Nacional’, não há perigo em pegar o meteorito, uma dúvida frequente nas redes sociais, após as imagens viralizarem. “É uma rocha comum. Mas não precisa lavar, o recomendado é cobri-lo e colocar dentro de um saco plástico. Com a suspeita de que seja um meteorito, a pessoa precisa entrar em contato com a universidade federal mais próxima, porque lá tem o setor de metalúrgica, o setor da área de química, que fazem o encaminhamento”, disse ao site BHAZ.
A kriptonita! pic.twitter.com/6MMDfcjWTR
— Gustavo de Paula (@gustavo_leigan) January 15, 2022
Ainda no sábado, uma montagem mostra o suposto meteorito sendo vendido por mais de R$ 15 mil em um site de compras e vendas. Conforme o especialista, o mercado da venda de objetos científicos, é comum no Brasil, contudo, é ilegal, mas acontece por serem vendidos a milhares de dólares fora do país. Apesar de existir um decreto no país de que o transporte do objeto científico para fora do país deve ter a autorização do Ministério de Ciência e Tecnologia, para não ser considerado contrabando, em geral, os objetos são transportados escondidos em roupas, através dos Correios.
O que diferencia os valores são os tipos com liga metálica, que alcançam valores de milhares de dólares por grama. Já os meteoritos mais comuns chegam a ser vendidos por valores mais baixos. Além disso, há os meteoritos marcianos, que atingem valores altos também. Contudo, para o especialista, o que deve ser levado em conta é, na verdade, o valor científico dos objetos. “Esses objetos são testemunhos do surgimento do sistema solar, são verdadeiros relógios arqueológicos, marcadores das transformações que o sistema solar vem passando”, explicou ao site. Jornal da Chapada com informações de texto base do BHAZ.