Em jogo combinado com o ministro Ciro Nogueira (Casa Civil), cacique nacional do PP, o PL decidiu incluir o nome do vice-governador João Leão (PP) numa pesquisa interna para aferir a avaliação do presidente Jair Bolsonaro na Bahia e lançar uma estratégia para a montagem do seu palanque no Estado.
A inclusão do nome de Leão na sondagem é um sinal de que, aproveitando o plano de indicar o vice na chapa de Bolsonaro, o PP busca informações para poder alinhar a representação do partido no Estado à de seu comando nacional para eventualmente apresentar o nome de Leão como candidato a governador de Bolsonaro na Bahia.
Confirma também a tese, reproduzida hoje por este Política Livre, de que a articulação política do presidente, dividida pelos dois partidos, tem identificado dificuldades para conseguir alavancar o nome do ministro da Cidadania, João Roma, do Republicanos, como candidato bolsonarista no Estado.
A iniciativa do partido de Bolsonaro sucede um conjunto de sondagens que o próprio Ciro já fez a Leão sobre a possibilidade de ele disputar o governo baiano, todas respondidas com evasivas pelo vice-governador. A avaliação do PP nacional é de que Leão seria o melhor nome para construir o palanque de Bolsonaro por três motivos.
Primeiro, como vice-governador da Bahia e secretário de Estado, o político progressista tem pleno conhecimento da máquina estadual. Em segundo lugar, é considerado bom de comunicação e conhecido em todo o Estado e, depois, pertence aos quadros de uma legenda que é hoje considerada a maior força partidária no plano federal.
Este site apurou, no entanto, que, apesar de se sentir lisonjeado com os estímulos do PP e do PL, e ameaçar constantemente concorrer ao governo, o vice-governador não deve insistir no projeto de lançar seu nome à sucessão estadual e já estaria, inclusive, tratando da montagem das chapas proporcionais do partido na base governista.
Esta era a maior crítica dos parlamentares do PP ao comportamento do vice-governador, os quais avaliam que, tanto quanto garantir a representação do partido na Câmara dos Deputados, Leão precisa fazer o mesmo na Assembleia, se quiser manter ou mesmo aumentar a influência política que seu partido exerce hoje no próximo governo.
Uma das hipóteses estudadas pela articulação política do presidente da República seria fazer uma chapa encabeçada por Leão com Roberta Roma, mulher do ministro da Cidadania, como sua candidata a vice. Roma, por sua vez, concorreria à reeleição para deputado federal, hipótese de que abrirá mão se disputar o governo.
Políticos avaliam que, se não se reeleger deputado e Bolsonaro sair derrotado nas próximas eleições, o ministro da Cidadania ficará imprensado de um lado pelo DEM de ACM Neto e de outro pelo PT do senador Jaques Wagner, podendo ter sua sobrevivência política na Bahia severamente ameaçada. As informações são do Política Livre.