Ao escolher a professora Adélia Pinheiro para a secretaria estadual de Saúde o governador Rui Costa (PT) buscou blindar a pasta para uso político e facilitar uma aproximação com o MDB, por meio da entrega da Ciência e Tecnologia, que era ocupada por ela, para o partido da família Vieira Lima.
Desde o princípio das negociações com o senador Jaques Wagner, candidato do PT a governador, os emedebistas têm manifestado o desejo de ocupar a Saúde, até a semana passada comandada interinamente pela médica Tereza Paim, cujo desempenho no cargo era elogiado por todos, motivo porque sua substituição causou surpresa.
O espaço, no entanto, era considerado nos círculos íntimos de Rui como nobre e poderoso demais para ser entregue a um partido que, além de não ter hoje nenhuma representação parlamentar nem estadual nem federal, vive uma das piores crises de imagem no Estado.
Por este motivo, por meio de aliados, Rui teria supostamente feito circular a informação que não havia meio de entregar uma secretaria ao MDB. Na prática, no entanto, haveria uma oferta para o partido da família Vieira Lima que incluiria, além da Ciência e Tecnologia, a Junta Comercial da Bahia.
Hoje, a Juceb está sob o controle do PP, do vice-governador e secretário de Planejamento João Leão, que continua fazendo o discurso de que é candidato ao governo contra Wagner. O MDB está atualmente na base do prefeito Bruno Reis (DEM), um dos líderes do grupo de ACM Neto, candidato do DEM ao governo. Redação do Política Livre.