Na tarde desta segunda-feira (14), a Polícia Federal informou à coluna de Rubens Valente, do portal UOL, que “não procede” a informação de que Adélio Bispo teria prestado novo depoimento no qual associou a facada que desferiu em Jair Bolsonaro, durante a campanha eleitoral de 2018, ao PT.
Nos últimos dias, em bolhas bolsonaristas nas redes sociais, tem se intensificado a narrativa de que o PT teria sido o mandante da facada.
A informação, agora desmentida pela PF, veio a partir de postagem, no último sábado (12), feita por um perfil associado ao grupo hacker Anonymous, afirmando que Adélio “prestou depoimento gravado pela PF dizendo que a facada teria sido encomendada pela campanha de Haddad em 2018″. “Carluxo irá usar esse vídeo. Eu tenho certeza, absoluta que Adélio foi coagido”, emenda o tuite.
Ao longo das investigações, no entanto, a PF já concluiu duas vezes que Adélio agiu sozinho. Ele está preso desde setembro de 2018 em uma cela da Penitenciária Federal de Campo Grande (MS).
Apesar disso, Bolsonaro, seus filhos e apoiadores do presidente vêm intensificando a tese, sem provas, de que o PT participou do atentado, inclusive citando a legenda de forma nominal em postagens nas redes sociais.
A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), reagiu. “Bolsonaro e seus filhotes continuam a sanha de ataques a Lula e ao PT. Produzem fake news, mentem o tempo todo e querem tirar o foco do debate q realmente interessa, a vida do povo”, escreveu em seu perfil do Twitter.
“A mentira dos bolsonaristas acaba de cair por terra. A Polícia Federal desmentiu nesta segunda-feira (14) que haja depoimento de Adélio Bispo atribuindo ao PT a facada contra Bolsonaro. A informação tem sido ostensivamente divulgada por bolsonaristas em redes sociais e grupos de Wathsapp. A mentira não vai vencer a verdade”, afirmou ainda a dirigente petista em postagem no Instagram.
“Amigo do Adélio é o Carlos Bolsonaro”
Em entrevista à Fórum, o líder do PT na Câmara dos Deputados, Reginaldo Lopes (MG), refutou a tentativa bolsonarista de associar a facada ao seu partido e ainda chamou atenção para a suposta relação entre Adélio e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).
Isso porque em 5 de julho de 2018, Adélio esteve na cidade de São José (SC), Região Metropolitana de Florianópolis, e fez uma hora de tiro esportivo no clube .38. Dois dias depois, Carlos Bolsonaro desembarcou na mesma cidade e passou um final de semana inteiro confinado no mesmo clube de tiro, conforme postado pelo próprio vereador em seu Instagram.
“Quem é amigo do Adélio é o Carlos Bolsonaro. Ele esteve com Adélio, compartilhou o estande lá no clube de tiro de Santa Catarina. Quem tem que explicar a relação com Adélio é o Carlos”, disparou o petista.
“Desespero”
Para Reginaldo Lopes, o fato do clã Bolsonaro trazer o episódio da facada novamente à tona, tentando associá-lo ao PT, mostra “desespero”.
“Eles sabem que as pesquisas são verdadeiras, sabem que o Lula se transformou em um grande movimento de redemocratização do país, dos direitos, da construção de um novo projeto de nação, então, de fato, estão no desespero absoluto. Sabem que vão perder [as eleições] e querem reinventar a facada”, avaliou.
O parlamentar revelou à Fórum, ainda, que o PT está pedindo investigações sobre as fake news bolsonaristas e sobre os atos de campanha antecipada de Bolsonaro. “Não vamos admitir em hipótese alguma que essa campanha seja baseada na mentira”, atestou. Redação da Revista Fórum.