O professor de Relações Internacionais, Reginaldo Nasser, não acredita que o conflito entre Rússia e Ucrânia, deflagrado pelo presidente Vladimir Putin, vai se estender para outras nações. “A possibilidade da Terceira Guerra Mundial é quase impossível”, afirmou, em entrevista ao Fórum Onze e Meia, nesta quinta-feira (24).
“Uma guerra mundial só acontece quando envolve grandes potências”, afirmou. “Acho quase impossível, porque o Biden (Joe, presidente dos EUA) e a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) não vão colocar um militar na Ucrânia”, avaliou.
Em seguida, fez uma observação: “Toda vez que acontece um conflito entre dois países, as pessoas falam em guerra mundial. Isso é influência do eurocentrismo, pois quando ocorre na Europa, acham que é guerra mundial. Mas quando é na África ou no Oriente Médio, não há repercussão”.
Nasser não esperava essa decisão tomada pelo presidente russo. “Até os assessores próximos do Putin se surpreenderam, principalmente com a dimensão dos ataques. São ações maciças para cercar a Ucrânia”, destacou. “A questão é geopolítica. O Putin não aceita ter armas da Otan na porta de casa, como ele mesmo define”. A Rússia não quer que a Ucrânia faça parte da Otan.
Assista à íntegra da entrevista:
O professor disse, ainda, que há duas possibilidades para definir os próximos passos: “O Putin deu uma cartada grande. Caso ocorra resistência inesperada, ele pode ter problemas dentro da própria Rússia. O outro cenário, mais ambicioso, é derrubar o governo da Ucrânia, o que terá grande efeito no mundo. Ele, inclusive, parece que quer tomar a capital Kiev. Não dá para saber por enquanto”.
“A repercussão econômica da guerra vai afetar o Brasil”, afirma Nasser
O professor tem convicção que o conflito vai atingir o Brasil sob o ponto de vista econômico, causando mais inflação. “Principalmente em relação ao petróleo. Vai influenciar o preço do barril. Com isso, o preço do gás e dos combustíveis vai aumentar”.
Nasser ressaltou, também, que a situação para Jair Bolsonaro piorou, com a suposta aproximação dele com a Rússia. “Ele baixa a cabeça para todo mundo. Quando se trata do Biden ou do Putin. Como ele não tem política externa, é melhor calar a boca”, completou. Com informações da Revista Fórum.