Manuel Araújo de Lima Neto, conhecido como Nino, foi brutalmente espancado por dois homens apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) na última terça-feira (1º) pelo simples fato de estar usando uma camiseta com a imagem do ex-presidente Lula (PT). O crime ocorreu no município de São Simão, interior de São Paulo.
Nino, que é militante e dirigente do PT de São Simão, foi alvo de socos, chutes e mata-leão. Os agressores utilizaram uma arma de fogo para ameaçar a vítima e as pessoas que foram até o local tentar apartar a briga.
Após sofrer a agressão, o petista ainda foi privado de atendimento médico. Nino tentou ir à Santa Casa de São Simão, mas não conseguiu entrar porque um dos agressores ficou de plantão em frente à unidade de saúde intimidando a vítima e sua família. O petista só conseguiu atendimento médico no dia seguinte.
Segundo os deputados estaduais Emidio de Souza (PT) e Márcia Lia (PT), os agressores já foram identificados: Daniel Luis e Augusto Cinti. Um deles, que é professor de Jiu-jítsu, aplicou um mata-leão na vítima, enquanto o outro covardemente atacava com socos e chutes.
Imagens recebidas pela Fórum mostram Nino com ferimentos nos olhos, arranhões e hematomas nos braços e cortes nas pernas.
Os parlamentares enviaram ofício à Polícia e ao Ministério Público cobrando providências. No documento, ele frisam que, infelizmente, episódios como esse ganharam terreno com o ambiente de ódio e intolerância alimentado por altas figuras do atual governo.
Emidio, que é presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alesp, considera que Nino foi alvo de um brutal ataque de motivação política. “Divergências políticas jamais devem justificar crimes de ódio”, diz o deputado.
A Coordenação do PT da região de Ribeirão Preto divulgou uma nota repudiando o ocorrido. “Atitudes como esta demonstram a que veio este governo de viés fascista, misógino, homofóbico, xenófobo, que incita o ódio e a intolerância. Não vamos nos render e nos calar diante destes atos, atitudes, que demonstram o caráter deste governo”, diz a nota.
Sede do PT de Campinas é invadida
O episódio ocorreu na mesma semana que a sede do PT de Campinas foi alvo do segundo ataque em 2022. Segundo integrantes da legenda, o local foi completamente depredado, invasores furtaram documentos e destruíram equipamentos eletrônicos, fiação, torneiras e vidros. O acervo material do PT local, que inclui, por exemplo, fotos, também foi danificado.
A invasão foi constatada por membros do PT local na quarta-feira (2), e provavelmente aconteceu durante o feriado de Carnaval.
Através das redes sociais, a vereadora Paolla Miguel (PT-SP) chamou a atenção para o fato de que a invasão ocorreu justamente em ano eleitoral. “Estamos a meses da eleição mais importante da nossa história recente, com Lula e o PT à frente nas pesquisas. Bolsonaro está desmoralizado e radicalizado, contestando as urnas e o processo eleitoral antes mesmo de acontecer. A violência política saiu do bueiro”, escreveu a petista. Com informações da Revista Fórum.