Cerca de 2 mil cartas contra os despejos serão entregues pelas Mulheres Sem Terra do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ao decorrer desta semana ao Supremo Tribunal Federal (STF). O intuito é que a suspensão das desocupações e remoções forçadas seja prorrogada, garantindo a segurança de mais de 132 mil famílias que sofrem ameaçada pelo despejo atualmente.
O prazo de vigência da medida concedida pelo STF que suspende o despejo vence no próximo dia 31 de março de 2022. Contudo, o MST reforça, por meio de nota, que a pandemia de covid-19 ainda não acabou e houve agravamento nas condições econômicas do país.
As cartas estão sendo criadas em diversos assentamentos e espaços por mulheres. “A proposta é aproveitar os momentos de reunião e formação nas nossas áreas, e escrever cartas coletivas e individuais, que possam ser encaminhadas por e-mail e por correio tradicional. E assim envolver nossa base (acampada e assentada) mais diretamente nas ações de enfrentamento aos despejos – não apenas as áreas ameaçadas, mas todas as áreas”, conta Lucineia Freitas, do Setor de Gênero do MST.
Além disso, a ação incentiva às mulheres a debater sobre sua realidade e perceber que o debate sobre os despejos envolve a todas, não somente às [mulheres] que estão nas áreas com risco, como também as que já estão em áreas estáveis como os assentamentos. O combate aos despejos é uma bandeira histórica do MST e, desde o início da pandemia, ganhou ainda maior força em razão do aumento de casos de covid-19.
Na perspectiva da Carta das Mulheres Sem Terra, divulgada na última sexta-feira (11), o MST convoca as mulheres e crianças a escreverem cartas ao STF, que podem ser confeccionadas de forma individual ou coletiva, incluindo também a gravação de pequenos vídeo com a leitura de trechos das cartas para movimentar as redes, com as hashtags #MSTporDespejoZero e #ChegaDeDespejos.
“O desafio que está posto em relação aos despejos é garantir que os mesmos não aconteçam. No campo ou na cidade, os despejos afetam diversos direitos onde as mulheres são as mais afetadas como direito à moradia, a alimentação, a tratamento digno, as crianças têm afetado seus direitos a escola, direito de não sofrer violência etc”, enfatiza Lucineia.
Jornal da Chapada