O governador Rui Costa (PT), em discurso realizado na segunda-feira (4), em Santanópolis, disse que “os prefeitos da Bahia não querem mais uma relação vertical, de ter chefe, de receber grito ou pontapé na canela de nenhum governador. Querem receber abraço, agrado e boas notícias de obras”. Rui, sem mencionar nome, se refere a histórias da política baiana que atribuía ao ex-governador e ex-senador ACM esta prática de atingir canelas de desafetos com chutes. O petista, em Santanópolis, estava acompanhado dos pré-candidatos a governador e a vice, Jerônimo Rodrigues (PT) e Geraldo Júnior (MDB).
O petista ainda citou, sem especificar data exata, um exemplo dessa subserviência de um prefeito a um líder político em inauguração de obra ocorrida neste ano, em Camaçari. “[Em] uma inauguração que teve em Camaçari de obra municipal em que não deixaram o prefeito da cidade falar. Só falou quem se considera o chefe deles. Estou falando de 2022”, reforçou Rui, para os olhares de aprovação de Geraldo Júnior. Provavelmente o governador se referia ao ex-prefeito de Salvador ACM Neto em evento com Elinaldo Araújo (União), prefeito de Camaçari.
Rui Costa voltou a dizer que, a partir das gestões de Jaques Wagner, em 2007, manteve uma relação horizontal com os prefeitos e citou a gestão das policlínicas estaduais por consórcios geridos pelos gestores municipais. Sobre as práticas autoritárias, ressaltou que “às vezes a cabeça velha se reproduz em gente nova; ideias velhas, preconceituosas, autoritárias se reproduzem em cabeças novas”, disse Rui, em clara provocação ao ex-prefeito de Salvador e pré-candidato do União Brasil ao governo estadual.
O governador disse ainda que, antes das gestões dele e de Wagner, “muitos ex-governadores tratavam prefeitos com intimidação e ameaças”. Ele citou o suposto uso do Tribunal de Contas “para manter prefeitos de joelhos, pela humilhação” e também “o uso do Ministério Público parra perseguir prefeitos e prefeitas”. Ao contrapor modelos antigos ao atual, defendido por ele, Rui Costa disse que, “no passado, até exames e cirurgias eram motivo de chantagem política”. Com informações do Política Livre.