O vereador Tarcísio Motta (PSOL-RJ) apresentou um projeto de lei que proíbe parlamentares de monetizarem conteúdos, inclusive audiovisuais, que tenham como objeto o exercício do mandato, ou de receber receitas em função de conteúdo com emprego de recursos públicos. O texto, que tem o apoio de outros 19 vereadores, foi apresentado após a abertura da representação do Conselho de Ética na Câmara do Rio contra Gabriel Monteiro (PL).
“Caso sejam comprovadas as denúncias, não podemos ter conosco um vereador como Gabriel Monteiro, alguém que usa assessores ou prerrogativa de vereador para ganhar dinheiro e que atua de forma covarde com a população de rua e LGBT“, afirmou Tarcísio.
Apoiaram o projeto todos os líderes partidários e outros vereadores, além de Tarcísio: Chico Alencar, Monica Benicio, Thais Ferreira, Paulo Pinheiro, WIlliam Siri, Dr. Marcos Paulo, Carlo Caiado, Lindbergh Farias, Reimont, Tainá de Paula, Welington Dias, Marcio Santos, Átila A. Nunes, Pedro Duarte, Waldir Brazão, Rocal, Vitor Hugo, Inaldo Silva, Marcelo Diniz, Cesar Maia, Laura Carneiro, Teresa Bergher e Alexandre Isquierdo.
Talvez esse seja o maior sinal de que, caso o nome de Gabriel Monteiro vá para o plenário para a cassação, dificilmente continuará vereador. Ele não encontra ninguém para apoiá-lo entre seus pares. Alguns já reclamavam do uso do cargo de vereador para continuar fazendo seus vídeos no YouTube e TikTok, onde ele acaba tendo vantagens financeiras.
De acordo com a Justificativa: “Monetizar nada mais é do que transformar bens, títulos, propriedades pessoais, ouro ou qualquer outra coisa – em dinheiro. Também podemos defini-lo como o ato de realizar uma ação que tem o objetivo de transformar rendimentos, como monetizar um serviço ou trabalho. A monetização em redes sociais é a remuneração paga conforme a visualização e cliques nos anúncios veiculados nos vídeos e/ou postagens mais relevantes. Transformar as funções parlamentares, suas obrigações e prerrogativas em ganhos financeiros foge à ética e moral do fazer público“.
O Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio de Janeiro aprovou, nesta terça-feira (05/04), a abertura de uma representação disciplinar contra o vereador Gabriel Monteiro. Trata-se da primeira etapa do processo que pode levar à cassação do mandato de Monteiro. Ele é acusado de assédios moral e sexual, agressões a servidores e ex-funcionários e forjamento de vídeos para as redes sociais, incluindo a participação de uma criança. Tudo isso representa quebra de decoro em sua atuação na Câmara. Vale ressaltar que a decisão sobre o caso pode levar até 90 dias. O parlamentar tem direito à ampla defesa.
Participaram da votação Rosa Fernandes (PSC), Chico Alencar (PSOL), Luiz Ramos Filho (PMN), Teresa Bergher (Cidadania), Zico (Republicanos), Welington Dias (PDT) e Vitor Hugo (MDB). Também esteve presente na reunião o vereador Dr. Gilberto, da Comissão de Justiça e Redação, e o procurador-geral da Câmara, José Luiz Minc, que não tiveram direito a voto. Com informações do Diário do Rio.