Docentes da Uneb realizarão um dia de mobilizações e luta no Centro Administrativo da Bahia (CAB), nesta terça-feira (24). Instalados no estacionamento em frente à Secretaria de Educação (SEC), categoria docente e estudantes dos campi da capital e do interior participarão de uma ampla agenda de atividades acadêmicas e culturais, das 9h às 17h. O intuito é reforçar a denúncia sobre os problemas das Universidades Estaduais da Bahia (Ueba) e pressionar para que sejam recebidos pelo governo.
A mobilização se apresenta como um ato simbólico em defesa das Ueba, por melhores condições de trabalho, aumento salarial digno e garantia de direitos. No local, acontecerão aulas públicas, debates, exposição de painéis e de livros publicados por docentes da UNEB, além de atividades culturais, como números musicais, recitação de poemas e performances teatrais. No período da tarde, às 13h30, será exibido o filme Marighella, que se seguirá de um debate.
Docentes que atuam no interior e não poderão estar em Salvador, organizarão, nesse mesmo dia, aulas públicas e outras ações de mobilização em seus municípios. A coordenação da Associação dos Docentes da Uneb (Aduneb), ainda atenta ao combate à Covid-19, orienta a utilização de máscaras e de álcool em gel 70%.
O dia de mobilização também acontecerá nas demais universidades estaduais da Bahia: Uefs, Uesb e Uesc. As ações fazem parte da agenda nacional da Semana de Lutas das Instituições Estaduais e Municipais de Ensino Superior, organizada pelo sindicato nacional da categoria docente (Andes-SN).
Intensificação dos protestos
Para a coordenadora geral da Associação dos Docentes da Uneb (Aduneb), Ronalda Barreto, a intensificação dos protestos se justifica pela política do governo estadual de desvalorização das universidades públicas baianas e da carreira docente. “Após sete anos sem aumento salarial e com uma inflação que corroeu cerca de 50% do valor de compra das remunerações, o reajuste dos salários da categoria, aprovado pela Assembleia Legislativa da Bahia para o ano de 2022, foi de percentual bastante abaixo da inflação de 2021”, afirmou a professora.
Além disso, os direitos docentes, a exemplo de promoções e progressões de carreira, alterações de regime de trabalho e adicional de insalubridade têm sido constantemente violados. Para piorar a situação das UEBA, essas universidades sofrem com a falta de autonomia e a ingerência do Estado na sua gestão. Ocorre ainda a escassez de recursos orçamentários. Atualmente, o repasse é de aproximadamente 5% da Receita Líquida de Imposto, valor que não supre as demandas necessárias para as atividades acadêmicas de ensino, pesquisa e extensão.
Programação
Manhã
Mística de abertura
Aula pública: Universidade e movimentos sociais na luta pela terra
Atividades artísticas e culturais
Almoço
Tarde
Exibição filme Marighella
Debate sobre o filme
Durante todo o dia, acontecerá exposição de livros e de painéis com produção científica de docentes da Uneb.