O presidente dos EUA, Joe Biden, fez um discurso histórico na noite desta quinta-feira (2) na Casa Branca, em Washington, clamando para que o Congresso crie uma lei proibindo a venda de armas de assalto no país, ou seja, os fuzis e armas táticas, as mais utilizadas em massacres e chacinas em escolas e outros estabelecimentos. A ocorrência desse tipo de crime dantesco vem aumentando significativamente nos últimos anos.
Num púlpito com o brasão dos EUA, tapete vermelho e centenas de velas em homenagem às vítimas dos mais recentes assassinatos em massa, ocorridos em Uvalde, no Texas, Buffalo, em Nova York, e Tulsa, em Oklahoma, que somados deixaram 35 mortos, Biden perguntou aos senadores “quanta matança estamos dispostos a aceitar”.
“A questão é: o que o Congresso vai fazer agora? E se não podemos proibir armas de assalto, devemos aumentar a idade para comprá-las de 18 para 21 anos. Pelo amor de Deus, quanta matança estamos dispostos a aceitar? Não podemos falhar de novo”, disse o chefe de Estado do país mais poderoso do mundo.
Biden falou sobre o encontro que teve durante esta semana com os familiares de crianças mortas em Uvalde, onde o jovem Salvador Ramos, de 18 anos, armado com dois fuzis, deixou 21 vítimas fatais. A intenção do presidente era claramente sensibilizar os congressistas.
“Em ambos os lugares, passamos horas com centenas de familiares, que estavam destruídos, cujas vidas nunca mais serão as mesmas. Eles tinham uma mensagem para todos nós: Faça alguma coisa. Apenas faça algo. Pelo amor de Deus, faça alguma coisa”, implorou o ocupante da Casa Branca.
Atualmente, o Senado dos EUA, composto por 100 integrantes, tem 50 republicanos e 50 democratas, além da vice-presidente do país, Kamala Harris (também democrata), que pela lei local ocupa a presidência da casa, embora não vote (apenas em situação de empate). Para que uma nova lei seja aprovada, uma regra muito antiga determina que pelo menos 60 senadores devem votar a favor dela. Nesse caso, pelo menos 10 senadores republicanos, abertamente pró-armas, precisariam mudar de lado para que qualquer tipo de proibição a armamentos entre em vigor nos EUA, o que para especialistas é algo bastante improvável. As informações são da Revista Fórum.