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#Bahia: São Francisco perdeu 50% da superfície de água nas últimas três décadas

O levantamento ainda aponta que o uso da terra na bacia se intensificou no período | FOTO: Divulgação |

A Bacia do São Francisco perdeu 50% da superfície de água natural entre os anos de 1985 e 2020, segundo pesquisa da MapBiomas divulgada na sexta-feira (3). O estudo teve o objetivo de marcar o Dia Nacional de Defesa do Rio São Francisco.

Se considerar as ações humanas que trouxeram um aumento artificial de 13% da superfície de água de reservatórios, a redução foi de 4%, com as maiores perdas observadas no Alto e no Baixo São Francisco, 19% e 21% respectivamente, segundo levantamento.

A Bacia do São Francisco é a terceira maior do país e corresponde a cerca de 8% do território nacional. Um estudo feito em 2013 pela extinta Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência, por exemplo, indicava que poderia haver uma perda de até 65% da vazão até 2040, com base no registro de 2005.

“A Bacia do São Francisco sofre com o uso intenso e sem planejamento, seja dos recursos hídricos quanto do seu solo. Hoje existem populações que vivem nessa região e que já sofrem com essas variações. Precisamos implementar soluções como a recuperação das áreas degradadas o mais rápido possível, além de promover uma boa gestão dos recursos “, explicou o coordenador executivo do Grupo Ambientalista da Bahia (Gambá), Renato Cunha.

Especialistas apontam a urgência de implantação de um programa de revitalização, além das ações de reflorestamento, recomposição de áreas degradadas e obras de saneamento.

Alterações na paisagem
O levantamento ainda aponta que o uso da terra na bacia se intensificou no período. A cobertura de vegetação nativa nessa área é de 57%, mas chega a somente 30% no Baixo e 37% no Alto São Francisco.

Apesar de haver áreas consolidadas de agricultura e pastagem, a região hidrográfica perdeu 7 milhões de hectares de vegetação nativa nas últimas três décadas para a agropecuária, restando 36,2 milhões de hectares – desses, sendo somente 17% estão em áreas protegidas.

As pastagens ocupam 14,8 milhões de hectares e a agricultura, 3,4 milhões. A formação savânica foi a mais atingida, perdendo 4,6 milhões de hectares (14%). Além de Cerrado, outros dois biomas compõem a bacia, Mata Atlântica e Caatinga. Jornal da Chapada com informações de g1 Bahia.

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