Apesar de todas as pressões feitas pelo Ministério da Defesa contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nos últimos dias em razão das discussões sobre as eleições de 2022, o representante das Forças Armadas ficou em silêncio durante toda a reunião virtual da Comissão de Transparência das Eleições.
Segundo informações da jornalista Mariana Muniz, de O Globo, o representante dos militares na CTE, general Heber Portella, não falou nada durante toda a reunião e manteve a câmera fechada todo o tempo. Pessoas presentes na reunião afirmaram que ele esteve presente na sala virtual durante toda a conversa, mas não fez nenhuma intervenção. O clima, segundo eles, era de cordialidade.
O encontro aconteceu um dia depois do presidente do TSE, ministro Edson Fachin, reforçar convite aos militares diante das pressões feitas pelo governo Jair Bolsonaro (PL).
“Certo de contar com a presença do general Heber Garcia Portela, renovo o reconhecimento deste Tribunal não apenas pela contribuição das Forças Armadas no âmbito da Comissão, mas sobretudo pelo valioso suporte operacional e logístico prestado por elas em todas as últimas eleições”, diz trecho da nota divulgada pelo TSE.
O TSE decidiu aceitar 10 das 15 recomendações feitas pelas Forças Armadas ao CTE para as eleições. Outras quatro serão discutidas para ter a implementação nas próximas eleições. Apenas uma foi completamente descartada.
Essa abertura do TSE teria irritado o presidente Jair Bolsonaro, segundo a colunista Bela Megale, de O Globo. O mandatário teria entrado em um “momento raivoso” com a aproximação dos militares com o tribunal. A diminuição das tensões não é boa para os planos golpistas do presidente. Com informações da Revista Fórum.