O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a atacar minorias sociais em evento realizado nesta sexta-feira (15) com evangélicos em Juiz de Fora (MG). O mandatário reforçou uma declaração LGBTfóbica dada por ele na quarta-feira (13), em Goiás.
“Outro dia falei que a mãe quer que o Joãozinho continue Joãozinho. ‘Ah declaração homofóbica’. Meu Deus do céu. Para onde nós iremos cedendo às minorias? As leis existem, no meu entender, para proteger as maiorias. As minorias têm que se adequar”, declarou Bolsonaro nesta sexta.
Na quarta-feira ele disse o seguinte: “O que nós queremos é que o Joãozinho seja Joãozinho a vida toda. A Mariazinha seja Maria a vida toda, que constituam família”.
A declaração, que faz um claro ataque à comunidade LGBTQIAP+, foi alvo de ação movida pela vereadora Erika Hilton (PSOL), de São Paulo, no Supremo Tribunal Federal (STF). A parlamentar apresentou notícia-crime pedindo o indiciamento de Bolsonaro por crime de LGBTfobia, previsto na Lei 7.716/1989 – que define crimes de racismo – desde 2019 após entendimento do STF.
A vereadora aponta na ação que as falas possuem “evidente caráter homofóbico e transfóbico, uma vez que apontam com desdém e desrespeito a existência de pessoas com orientação sexual e identidade de gênero distintas do padrão heteronormativo”.
“A lei serve para todos e, graças ao STF, a prática de homotransfobia é considerada crime. Se o presidente Bolsonaro quer continuar fazendo discursos homofóbicos, vai continuar sendo processado e um dia irá pagar pelos crimes que está cometendo”, destacou Erika Hlton.
A fala de Bolsonaro ainda reforça um discurso preconceituosos dado por ele durante a campanha eleitoral de 2018.
“Deus acima de tudo. Não tem essa historinha de Estado laico não. O Estado é cristão e a minoria que for contra, que se mude. As minorias têm que se curvar para as maiorias”, disse Bolsonaro em 2017. Com informações da Revista Fórum.