O presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu na última quinta-feira (21), em conversa com apoiadores no “cercadinho” do Palácio da Alvorada, em Brasília, que há corrupção em seu governo.
Desde a prisão do ex-ministro Milton Ribeiro, que revelou um esquema de corrupção montado dentro do Ministério da Educação, Bolsonaro vem adequando o discurso de que seu governo não é corrupto. O termo da vez passou a ser “casos isolados”.
Desta vez, no entanto, foi mais explícito. “Se procurar, vai achar alguma coisa. Quer ver uma coisa? Ministério do Desenvolvimento Regional tem mais de 20 mil obras, será que está tudo certinho? Vai achar alguma coisa”, disparou.
Depois, citou o caso da Covaxin, vacina indiana cuja compra foi suspensa após ser questionada, por indícios de irregularidades, pela CPI da Covid no Senado. “Sabe o que acontece comigo? Minha vida é revirada o tempo todo, não acham nada. Me acusam de corrupção no caso da vacina Covaxin. Peraí, mas eu não comprei nenhuma dose, não gastei um centavo. Ah, mas você queria comprar”, declarou.
A fala do presidente vem um dia após a operação da Polícia Federal que apura um suposto esquema de corrupção entre a Construservice e a Codevasf, órgão do governo federal que é controlado pelo Centrão.
Caso Codevasf
A Polícia Federal desencadeou uma operação nesta quarta-feira (20) que tem como alvo contratos da empreiteira Construservice com a Codevasf, órgão do governo federal que é controlado pelo Centrão.
A suspeita de que a empresa, que foi turbinada durante o governo Jair Bolsonaro (PL), seja pivô de um escândalo de corrupção envolvendo verbas públicas do chamado orçamento secreto, estratégia usada pelo presidente, juntamente com Arthur Lira (PP-AL), para comprar base de apoio no Congresso.
Um empresário, apontado pelas investigações como “sócio oculto” da empreiteira foi preso temporariamente. Com informações da Revista Fórum.