A equipe da Polícia Federal que cuida da segurança do ex-presidente Lula, candidato do PT na corrida eleitoral ao Planalto, pediu apoio às superintendências da PF e relatou uma série de “adversidades” e episódios de violência enfrentados neste ano.
O documento diz que “o contexto político e social no qual se realizará a operação de segurança é composto por, entre outras adversidades, opositores radicalizados, acesso a armas de letalidade ampliada decorrente das mudanças legais realizadas em 2019, ameaças de morte, ao candidato e representantes do partido, bem como a perpetração de atos de intimidação e violência, identificados antes do início da campanha, como o atentado ao ônibus da caravana de apoio ao ex-presidente Lula, alvejado em maio de 2018”.
O ofício foi encaminhado às superintendências e acrescenta que os atos agressivos não se restringem ao momento da campanha eleitoral, sendo verificado também em período pré-eleitoral. O documento relata pelo menos sete ações violentas e de hostilidade dos opositores do candidato do PT em 2022:
– O lançamento por drone de dejetos ou pesticida durante evento em junho na cidade de Uberlândia (MG)
– A invasão do evento de lançamento das diretrizes do programa de governo em 21 de junho na cidade de São Paulo (SP)
– O cerco realizado à comitiva do candidato durante seu deslocamento em 5 de maio na cidade de Campinas (SP)
– A intimidação e tumulto ocorrido no Teatro da PUC em 31 de maio de 2022 na cidade de São Paulo (SP)
– O vazamento da agenda do candidato ocorrido em 20 de junho na cidade de Maceió (AL)
– O atentado ocorrido no dia 7 de julho na Cinelândia, na cidade do Rio de Janeiro (RJ)
– O assassinato de um ex-candidato a vice-prefeito do PT no dia 10 de julho em Foz do Iguaçu (PR)
Os delegados da PF responsáveis pela segurança de Lula relataram preocupação com a escalada dos atos de violência contra candidatos no Brasil. No documento, eles falaram sobre os dados obtidos junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em referência a atos de violência dirigidos a candidatos no Brasil.
“Os números são preocupantes e em escala crescente. No ano de 2020, houve 99 casos de homicídio tentado ou consumado e 164 casos de ameaça e lesão corporal. Já no ano de 2018 foram registrados 46 casos, mesmo número verificado nas eleições de 2016”, diz um trecho do documento.
A equipe da PF avaliou que Lula precisa de um nível de proteção no grau máximo, devido ao risco a que está exposto o candidato, reconhecendo, portanto, a necessidade de dispor dos meios adequados para a operação de segurança. Os grupos que atuarão com risco mais elevado contarão com o efetivo mínimo de 27 policiais federais, sendo ao menos três delegados da PF e agentes federais.
Por fim, a equipe de segurança conclui que “o atual cenário é inédito na história da democracia brasileira e amplia o desafio de garantir a incolumidade física do candidato, impondo à Polícia Federal um acurado planejamento e a disponibilização não somente de efetivo no quantitativo compatível, mas que este esteja mobilizado, alinhado, capacitado, com os meios necessários e disponibilizado para imediato emprego desde o dia 20 de julho de 2022”.
O documento é assinado pelos três delegados que cuidam da segurança de Lula: Andrei Augusto Passos Rodrigues, Alexsander Castro Oliveira e Rivaldo Venâncio. A PF recebeu o documento e ainda está analisando os pedidos da segurança do petista. Com informações da CNN Brasil.