Durante o auge da pandemia do coronavírus e, principalmente, nos momentos mais críticos com alto número de mortes e políticas sanitárias de isolamento para contenção do vírus, boa parte dos debates giravam em torno do “novo normal” ou quando poderíamos retomar o modo de vida como era antes da crise sanitária que atingiu o planeta todo.
Perto de completar três anos de pandemia, parece que a vida pré-pandemia acabou de vez e que o “novo normal” será a convivência constante com vírus de todo tipo. Isso ocorre, talvez, porque as discussões, tanto entre os cidadãos quanto no âmbito governamental se dão em torno da pergunta errada: ao invés de ansiarmos pelo retorno ao modo de vida pré-pandemia, não deveríamos refletir sobre o que causou o surgimento do coranavírus?
Entender o contexto de surgimento do coronavírus talvez seja importante para entendermos por que, menos de três anos após a descoberta do vírus que causa a Covid, estamos lidando com a epidemia da Varíola do Macaco e agora recebemos a notícia de que um novo vírus foi encontrado na China.
Trata-se do Langya Henipavirus, também conhecido como apenas “Langya”, que até este momento não matou nenhum dos infectados e, inicialmente, parece que não se espalha tão rapidamente quanto a Covid.
Segundo informações do Centro de Controle de Doenças de Taiwan (CDC), o Langya infectou 35 pessoas, mas nenhuma ficou gravemente doente ou morreu.
No entanto, médicos envolvidos no estudo do vírus, afirmam que, quando eles saltam do animal para o corpo humano, podem se transformar, se espalhar rapidamente e se tornarem letais.
Onde o vírus foi encontrado?
O Langya foi identificado nas províncias chinesas de Shandong e Henan. A primeira menção ao vírus surgiu um estudo publicado na semana passada, cujo título é “Um Henipavírus Zoonótico em Pacientes na Chin”, publicado no New England Journal of Medicine”. O trabalho é assinado por 12 pesquisadores da China, Cingapura e Austrália.
Os sintomas
Segundo as primeiras informações, os pacientes infectados apresentaram sintomas semelhantes à gripe, o que inclui febre, fadiga, tosse, dor de cabeça, dor muscular, perda de apetite, náuseas e vômitos.
Entre os sintomas relatados, a fadiga foi mais comum entre os pacientes. Além disso, o vírus também foi associado com menor contagem de glóbulos branco em pacientes infectados, bem como a redução da insuficiência hepática e função renal.
Das 35 pessoas identificadas com tendo contraído o vírus, nove eram assintomáticas.
Como o vírus Langya se espalha?
Os pesquisadores acreditam que o vírus é zoonótico, ou seja, passado de animais para humanos. O vírus foi encontrado em Megeras, bicho da selva chinesa. Cães e cabras também responderam positivo para os testes.
A preocupação agora é saber se o vírus já está sendo transmitido de humano para humano. Segundo o Tapei Times, o vírus ainda não há informação de contágio comunitário, mas as autoridades do CDC de Taiwan alertam que isso pode mudar, pois, quando um vírus desse tipo entra em contato com humanos, ele pode se tornar imprevisível.
As autoridades de Taiwan e China correm contra o tempo, pois, além do Langya, há dois outros henipavírus: o Hendra e o Nipah, ambos podem ser transmitidos por animais para humanos e têm alta taxa de mortalidade. Náo há nenhuma vacina para qualquer um desses vírus, que são da família Paramyxoviriade de vírus RNA de uma única cadeira.
Por fim, as Nações Unidas alertam que o mundo verá mais dessas doenças com o aumento da exploração da vida selvagem e das mudanças climáticas. Como abordamos anteriormente neste texto: talvez esteja na hora de pensar sobre o que está causando o salto desses vírus para o corpo humano. Com informações da Revista Fórum.