Auditores-fiscais do Ministério Público do Trabalho (MPT) resgataram dois trabalhadores em situação análoga à escravidão, em Feira de Santana, a cerca de 100 km de Salvador. As vítimas, que trabalhavam como gesseiros, não recebiam pagamento, estavam em insegurança alimentar e sem condições adequadas de higiene e conforto, nos fundos de uma oficina de tratores, no bairro de Lagoa Salgada.
O resgate foi realizado na última quinta-feira (18), mas estava em sigilo. Os homens foram encontrados em um galpão que não tinha elétrica nem instalações sanitárias. Segundo eles, o empregador chegou a pedir as suas carteiras de trabalho, mas não pagava regularmente. Uma das vítimas afirmou receber R$ 50 por dia, quando tinha serviço. As informações são do G1.
De acordo com o depoimento dos trabalhadores, o depósito de entulhos onde eles ficavam alojados não tinha instalações sanitárias, por isso, eles eram obrigados a fazer as suas necessidades no chão e enterrá-las. Eles também chegaram a improvisar uma ligação de energia clandestina da oficina vizinha para poder carregar seus celulares.
Ainda segundo depoimento, um tonel, anteriormente usado para guardar gesso, armazenava a água que eles usavam para beber, cozinhar e tomar banho. Já os alimentos eram guardados em caixas de papelão e preparados em fogueiras feitas com a madeira do depósito.
A assistência social de Feira de Santana acolheu os homens, que irão receber o seguro-desemprego especial para vítimas de trabalho escravo. O empregador, que não foi identificado, deverá arcar com obrigações trabalhistas. Caso não as cumpra, o MPT garantirá o pagamento de indenização e das verbas trabalhistas e rescisórias. Com informações do G1.