Os chilenos reprovaram a proposta de uma Nova Constituição com 62% dos votos válidos contrários ao texto e apenas 38% favoráveis. Neste domingo (4), mais de 7,5 milhões de votos foram pela rejeição e pouco menos de 5 milhões pela aprovação. Com isso, a Constituição de 1980 permanece em vigor.
O voto no plebiscito foi obrigatório para todos os chilenos com mais de 18 anos. Ainda deve haver uma nova disputa em torno da nova constituição, escrita por um grupo de 155 constituintes. Foi a primeira vez no país que um número igual de homens e mulheres redigiu uma Carta Constitucional.
A Coalizão Aprovo Dignidade, do presidente Gabriel Boric, prometeu lutar por algumas reformas previstas no texto e propõe uma nova Convenção Constitucional para que seja reelaborado o texto após a derrota. Contudo, os partidos da direita chilena querem um novo plebiscito para definir como será redigida a próxima carta.
A Nova Constituição previa o reconhecimento dos direitos da natureza e situa a emergência climática global. Logo, seria responsabilidade do Estado combater a poluição e o desmatamento. Já em relação às questões de gênero e sexualidade, a carta determinou a paridade de participação entre os gêneros, que deve se aproximar dos 50% e previa o direito ao aborto.
Além disso, o texto previa que o Chile se tornasse um Estado Plurinacional que reconheceria cerca de dez nações indígenas. As principais etnias, que representam 12% da população, são os Mapuche, Aymara, Rapa Nui, Lickanantay, Quechua, Colla, Diaguita, Chango, Yaghan e Selknam. As nações indígenas teriam direito aos seus próprios sistemas político e jurídico, além de terem os idiomas, símbolos e bandeiras oficializados. Jornal da Chapada com informações de Revista Fórum.