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#Eleições2022: Carlos Bolsonaro se desespera após Janones anunciar celular de Bebianno

André Janones e Carlos Bolsonaro | FOTO: Facebook/Câmara do Rio |

Protagonistas dos embates nas redes entre Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL), André Janones (Avante) deu mais um susto em Carlos Bolsonaro (PL-RJ), que coordena a campanha virtual do pai, ao anunciar nesta terça-feira (25) que está com o celular do ex-secretário de governo, Gustavo Bebianno, que morreu de forma suspeita em 2020 após declarar que tinha um arsenal de informações para implodir o ex-aliado.

No Twitter, Carlos comentou apenas uma publicação sobre o tema na manhã desta quarta-feira (26) e mostrou tom de desespero.

“Pode mentir pelo ladrão! Eles não param e outros se fingem de cegos”, escreveu, comentando o compartilhamento de um tuite de Thiago Reis que diz que “Janones afirmou que já está em posse do celular de Bebianno e que tem bombas-atômicas pra soltar”. “Vem aí a bala de prata”, emenda o influenciador.

Carlos Bolsonaro foi o artífice da derrubada de Bebianno do governo em fevereiro de 2019 após a revelação do esquema de candidatos-laranja do PSL, partido do ex-secretário usado por Bolsonaro para se eleger em 2018.

Após a reportagem da Folha, Bebianno negou em entrevista ao jornal “O Globo” que fosse o pivô da crise e acrescentou que, somente naquele dia, havia falado com o presidente por três vezes. Na ocasião, Bolsonaro ainda estava internado em razão de uma cirurgia.

Após a publicação da entrevista, o vereador Carlos Bolsonaro usou uma rede social para dizer que Bebianno mentiu ao dizer que havia falado com o presidente e, então, instaurou-se um processo de “fritura” do então aliado até ele ser demitido.

A partir daí, Bebianno passou a fazer fortes críticas a Bolsonaro, chamá-lo de “traidor” e dizer que temia por uma “ruptura institucional” no governo diante das ameaças do presidente à democracia.

Morte em 2020, material guardado e “medo de falar”
Em 2020, a Polícia Federal e o Ministério Público encampavam um inquérito para apurar supostos disparos ilegais de mensagens feitos pela campanha de Bolsonaro em 2018. Bebianno, que já não estava mais no governo, seria um dos ouvidos no âmbito desta investigação, mas não prestou depoimento pois morreu em março daquele ano em circunstâncias consideradas suspeitas por amigos e pessoas próximas.

Ele estava no seu sítio em Teresópolis (RJ) com sua família e teve um infarto fulminante. Familiares e amigos, no entanto, chegaram a pedir investigação mais aprofundada sobre sua morte, já que Bebianno tinha 56 anos, porte atlético, praticava jiu-jitsu há décadas, não bebia e não fumava.

Antes de morrer, Bebianno deu uma série de entrevistas criticando Bolsonaro e afirmando que tinha material guardado para ser usado contra o presidente caso algo lhe acontecesse – sugerindo que poderia morrer em breve.

Em entrevista à rádio Jovem Pan em dezembro de 2019, Bebianno disse que se sentia ameaçado e que tinha material guardado contra Bolsonaro, inclusive, fora do Brasil. “Me sinto, sim, ameaçado. O presidente Jair Bolsonaro é uma pessoa que tem muitos laços com policiais no Rio de Janeiro. Policiais bons e ruins. Me sinto, sim, vulnerável e sob risco constante (…) Eu tenho material, sim, inclusive fora do Brasil. Porque eles podem achar que, fazendo alguma coisa comigo aqui no Brasil, uma coisa tão terrível que fosse capaz de assustar quem estivesse ao meu redor e, portanto, inibir a divulgação de algum material… Eu tenho muita coisa, sim, inclusive fora do Brasil. Então, não tenho medo”, disparou à época.

Na mesma entrevista, o ex-ministro ainda disse que “não tem medo de morrer”. Já em março de 2020, poucos dias antes de sua morte, Bebianno concedeu entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura, e em conversa com jornalistas nos bastidores do programa, disse ter medo de revelar tudo o que sabe sobre o presidente.

Em dezembro deste mesmo ano, quando Bebianno já havia morrido, sua viúva, a advogada Renata Bebianno, prestou depoimento à PF e MP no inquérito que apurava os disparos ilegais da campanha de Bolsonaro e, na ocasião, disse que destruiu o celular do marido e que não verificou seu conteúdo. À época, porém, os investigadores contestaram a versão.

Quatro meses antes, em junho de 2020, a colunista Thaís Oyama, do portal UOL, informou que o celular de Bebianno, que estaria sob posse de sua irmã nos Estados Unidos, teria chegado ao Brasil. Segundo Thais Oyama, uma pessoa que teve acesso ao teor das conversas contidas no celular afirmou que a revelação desses diálogos seria “destruidora” para Bolsonaro. Com informações da Revista Fórum.

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