A presença do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Clima, a COP 27, e seu discurso feito no evento nesta quarta-feira (16), vêm encantando o mundo. Assim, ao menos, que veículos de mídia internacional vêm noticiando a passagem do futuro mandatário do Brasil pelo Egito.
“Lula encanta cúpula do clima da ONU, trazendo esperança para as florestas tropicais”, diz a manchete do site britânico Climate Home News, referência mundial de conteúdos sobre mudanças climáticas. “O presidente eleito do Brasil foi recebido como um herói na Cop27, onde se reuniu com enviados climáticos dos EUA e da China”, prossegue o texto em sua chamada.
A matéria do site Climate Home News destaca que Jair Bolsonaro deixou o Brasil com altas taxas de desmatamento e que “as expectativas da cúpula climática são altas” com a eleição de Lula.
O discurso de Lula, prometendo esforços para zerar o desmatamento no Brasil até 2030, oferecendo o país para ser sede da COP em 2025 e propondo uma aliança global de combate ao aquecimento global e à fome, é destaque nos principais jornais e veículos de notícias do mundo, e muitos deles não pouparam elogios ao presidente eleito do Brasil.
“Expectativas são altas com discurso exuberante na Cúpula do Clima”, diz, por exemplo, a manchete de uma matéria do jornal estadunidense The New York Times.
Segundo a reportagem assinada por Max Bearak, Lula “eletrizou o encontro” e o entusiasmo dos presentes com a passagem de Lula pela COP27 era “palpável”. “Seu discurso não continha nenhum anúncio importante, mas não precisava. Ele declarou que pretende fazer do Brasil uma força no combate às mudanças climáticas, recebendo aplausos constantes dos delegados e observadores reunidos”, emenda a reportagem do NYT.
Já a britânica Reuters, uma das maiores agência de notícias do mundo, enfatizou que Lula foi recebido na COP como um “rock star” e que, após seu discurso, foi aplaudido de pé por uma “multidão que incluía dois ex-ministros do meio ambiente, legisladores, governadores, ativistas e indígenas com cocares tradicionais”. “O presidente da COP27, Sameh Shoukry, do Egito, acompanhou Lula ao palco”, diz o texto da agência.
Ovacionado em discurso histórico
Em seu discurso na COP27, Lula foi ovacionado pela plateia aos gritos de “o Brasil voltou”.
A frase, inclusive, foi dita por mais de uma vez por Lula durante o seu discurso, marcado pelo comprometimento do governo a ser iniciado em janeiro de reduzir o desmatamento, combater e fome e se esforçar por uma cooperação global abarcando os dois problemas.
“Quero dizer que o Brasil está de volta. Está de volta para reatar os laços com o mundo e ajudar novamente a combater a fome no mundo (…) Voltamos para ajudar a construir uma ordem mundial pacífica, assentada no diálogo, no multilateralismo e na multipolaridade. Voltamos para propor uma nova governança global”, disse o presidente eleito.
Lula afirmou ainda que sua volta à presidência “é também para cobrar aquilo que foi prometido na COP15”, fazendo referência aos acordos para frear as mudanças climáticas feitos na Conferência do Clima de Copenhague, em 2009, da qual participou. Neste momento, a plateia reagiu aos gritos de “O Brasil voltou”.
O auditório da ONU na COP27 estava totalmente lotado para o discurso de Lula. Ao longo de sua fala, o presidente eleito fez questão de destacar que “a luta contra o aquecimento global é indissociável da luta contra a pobreza e por um mundo menos desigual e mais justo” e ainda propôs uma reforma no Conselho de Segurança da ONU e uma nova governança mundial.
“Voltamos para ajudar a criar uma ordem mundial pacífica, assentada no diálogo, no multilateralismo e na multilateralidade. Voltamos para propor uma nova governança global. O mundo de hoje não é mais o mesmo de 1945. É preciso incluir mais países no Conselho de Segurança da ONU e acabar com o privilégio do veto”, disse.
O presidente eleito, entre outros pontos de destaque em seu discurso, prometeu se esforçar para que seu governo zere o desmatamento no Brasil até 2030 e informou que ofereceu o Brasil para sediar a COP30, em 2025, em um estado amazônico.
“Seremos cada vez mais afirmativos diante do desafio de enfrentar a mudança do clima, alinhados com os compromissos acordados em Paris e orientados pela busca da descarbonização da economia global. Enfatizo ainda que em 2024 o Brasil vai presidir o G20. Estejam certos de que a agenda climática será uma das nossas prioridades”, declarou. As informações são da Revista Fórum.