Preso desde segunda-feira (16) no Batalhão da Polícia Militar anexo ao Presídio da Papuda, carinhosamente chamado de ‘Papudinha’, o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, estaria “abalado” e “angustiado” e pediu auxílio de uma psicóloga, que o atendeu na cela onde está preso.
Pessoas próximas ao ex-ministro de Bolsonaro, ouvidas pelo jornal O Globo, teriam dito que Torres não consegue superar o abatimento que sente desde o dia em que foi determinada sua prisão.
“O que eu fiz para ser preso?”, indagava o ex-ministro. “O que eu deixei de fazer?”, emendava ainda na Flórida, Estados Unidos, onde passava “férias” um dia após ter assumido a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal e destituído a cúpula de boa parte da estrutura da pasta.
Torres é acusado de “descaso” e “conivência” com os atos terroristas de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) no dia 8 de janeiro e, por esse motivo, teve a prisão decretada. Ele deve depor nos próximos dias.
Recados
Da cadeia, onde recebeu a visita do advogado Rodrigo Roca, Torres estaria mandando avisar a quem quiser ouvir “que está se sentindo abandonado” por Bolsonaro. Isolado na solidão do cárcere, o ex-ministro poderia dar início a um processo de delação e comprometer os figurões do antigo governo que conspiraram arregimentando um golpe de Estado que teve direito até a uma “minuta” estabelecendo como seria a tomada de poder por conta da derrota do líder de extrema direita nas urnas.
Torres já teria deixado o entorno de Jair Bolsonaro preocupado, pois as manifestações de descontentamento e o “abandono” poderiam fazê-lo começar a colaborar com as investigações desde já, delatando a participação de todos os envolvidos na tentativa de golpe, o que, presume-se, engloba o ex-presidente ultrarreacionário que fugiu para os EUA. Redação da Revista Fórum.