Pelo menos nove cercadinhos espalhados pelo país – aquelas cercas de proteção onde o então presidente Jair Bolsonaro (PL) cumprimentava apoiadores – foram pagos com o cartão corporativo. Todos eles em locais sem nenhuma relação com as suas agendas oficias, como portas de aeroportos e bases militares onde se hospedava.
Gastos de mais de R$ 40 mil foram identificados pelo UOL após a suspensão do sigilo de notas fiscais pagas com cartões corporativos da Presidência da República.
A maior parte dos gastos está concentrada em fevereiro de 2021, auge da pandemia, que foi amplamente desrespeitada pelo presidente, com aglomerações sem máscaras de proteção.
Os cercadinhos e os gastos
Entre 12 e 17 de fevereiro, Bolsonaro gastou R$ 12.040 para cercadinho montado em frente ao Forte Marechal Luz, em São Francisco do Sul (SC), onde passou férias com a família. Entre 18 e 26 de fevereiro de 2021, foram montados ao menos seis cercadinhos em viagens.
Quatro dessas estruturas foram montadas em frente a aeroportos onde Bolsonaro pousou para ir a agendas e só serviram para que o presidente confraternizasse com seus seguidores:
Campina Grande (PB), em 19 de fevereiro, a um custo de R$ 10.100;
Foz do Iguaçu (PR), em 25 de fevereiro, por R$ 1.950;
Parnaíba (PI), em 26 de fevereiro, custando R$ 7.624.
No Ceará, no dia 25 de fevereiro, foram montados dois cercadinhos em Caucaia e Tianguá, ao custo de R$ 4.350,59. Em 25 de junho de 2021, foi montado cercadinho em Sorocaba (SP), na frente do aeroporto ao custo de R$ 1.500.
Em 18 de fevereiro de 2021, outro cercadinho, desta vez em Campinas, em frente à Escola Preparatória de Cadetes do Exército, ao custo de R$ 4.400. Bolsonaro foi procurado pelo UOL, mas não foi localizado para comentar as despesas. Redação da Revista Fórum com informações do UOL.