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#Brasil: Ministro diz que caso de doença da vaca louca deve ser atípico e não representa risco à saúde pública; exportação pra China é suspensa

Caso é investigado no interior do Pará | FOTO: Divulgação/EBC |

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou na manhã desta quinta-feira (23) que as características e sintomas avaliados no caso vaca louca no município de Marabá (PA) indicam a possibilidade de uma forma atípica da doença, ou seja, que surge de forma espontânea no animal.

Casos atípicos da doença não trazem riscos de disseminação no rebanho ou de transmissão ao ser humano. “É muito provável que seja atípico. Um caso normal, comum, pertinente ao envelhecimento das criaturas”, disse. A afirmação foi feita em entrevista à Rádio CBN.

O animal também pode se contaminar por meio de rações feitas com proteína animal contaminada como a farinha de carne e ossos de outras espécies. No Brasil, é proibido o uso desse tipo de ingrediente na fabricação de ração para bovinos.

Contudo, a confirmação do tipo da doença ainda depende do resultado de exames, que vão ser realizados em um laboratório de referência da instituição em Alberta, no Canadá.

As exportações de carne bovina para a China estão suspensas partir desta quinta-feira (23). “Quando o mercado suspende suas exportações cria um certo temor e isso balança um pouco o mercado da carne negativamente. Mas nosso trabalho é agir com rapidez e transparência para que mais rápido possível retornarmos à normalidade”, explicou Fávaro.

Em 2021, o Brasil deixou de exportar a carne para a China por mais de 100 dias. Na época, o governo havia comunicado dois casos atípicos da doença registrados em Mato Grosso e Minas Gerais.

No ano passado, a receita das exportações de carne bovina registrou alta de 42% em relação a 2021, segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

O que aconteceu:
1. O caso de vaca louca foi confirmado pela Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) em um animal de 9 anos em uma pequena propriedade de Marabá (PA).

2. O animal foi abatido, incinerado e a propriedade isolada. O governo informou que o protocolo sanitário foi tomado após a confirmação.

3. A Organização Mundial de Saúde Animal (OMAS) foi comunicada sobre o caso e as amostras para exame de tipificação foram enviadas para o laboratório referência da instituição no Canadá.

4. O Brasil possui status sanitário de risco insignificante para a doença, desde 2013, na Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

Suspensão da exportação para China
Segundo Fávaro, a China foi oficialmente comunicada sobre o caso. “É uma iniciativa protocolar de suspender todos os certificados de exportações para que nós possamos dar as informações necessárias para que o mais rápido possível possamos reabrir os mercados internacionais, em especial o da China que é nosso maior comprador”.

O ministro explicou que a suspensão faz parte dos acordos bilaterais de comércio entre os países. “É o único país que tem essa exigência protocolar. Pode ser que outros países que o Brasil comercializa carne bovina suspendam as compras”.

Além disso, o ministro afirmou que a definição da tipificação do Encefalopatia Espongiforme Bovina depende da análise do material que foi encaminhado para um laboratório da Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA), considerado referência no caso, que fica no Canadá.

“Com essa tipificação nós vamos começar a fornecer as informações que já está sendo feita para os compradores, onde era criado esse animal, que modelo de criação, o que comia, se teve animais do mesmo rebanho abatidos em frigoríficos. Esse tipo de informação para esclarecimentos, para tirar dúvida do mercado consumidor e depois na sequência o mercado será reaberto”, disse.

Exames
Ainda de acordo com o ministro, as amostras para exames devem levar até dois dias para chegar até o Canadá. “Nós já estamos em contato com o laboratório diante da urgência do caso. Nós vamos aguardar dois ou três dias para o resultado da análise”.

Fávaro adiantou que por conta das características do caso, experiência do sistema de vigilância e forma de criação do animal, o caso investigado seja tipificado como atípico e busca agilidade nos processos para minimizar possíveis impactos.

Em 20 anos de monitoramento da doença, o país nunca identificou a forma mais tradicional, que é quando o animal é contaminado por causa de sua alimentação, diz Vanessa Felipe de Souza Médica-Veterinária, Virologista, Pesquisadora da Embrapa Gado de Corte. Redação do g1.

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