A jornalista Andréia Sadi, da GloboNews e do portal g1, informou nesta terça-feira (7) que o tenente-coronel Mauro César Cid, o ex-chefe da Ajudância de Ordens da Presidência da República e assessor mais próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), teria confirmado a aliados políticos do antigo governo que, de fato, o relógio suíço Chopard caríssimo que foi enviado pelo regime da Arábia Saudita para o antigo mandatário brasileiro foi “levado na mudança” e estaria em posse de Bolsonaro.
O item entrou em território nacional ilegalmente, escondido na bagagem do então ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, enquanto um outro estojo de joias, avaliado em R$ 16,5 milhões, destinado à ex-primeira-dama Michelle, foi pego na mochila de um assessor militar na Alfândega do Aeroporto de Guarulhos.
A desculpa dada pelo tenente-coronel é de que Bolsonaro tinha dois acervos pessoais com presentes seus, um no Planalto e outro no Alvorada, onde mais de 200 metros cúbicos de “mimos” recebidos era mantidos.
Cid diz que o relógio foi simplesmente catalogado “como qualquer outro item”, e levado, da mesma maneira que outros objetos, fossem eles “uma caneta, um tênis, uma Bíblia ou um chapéu”, nas palavras da jornalista que dá a informação.
O problema é que o militar que assessorava o então presidente não consegue explicar por qual razão o item só foi entregue e catalogado um ano depois de ser recebido por uma autoridade brasileira e por que passou às mãos do chefe de Estado faltando um mês para o fim de seu mandato, isso para não falar no preço exorbitante de um relógio do tipo, um dos mais caros do mundo.