Um entregador de aplicativo foi ameaçado por um cliente por não subir no apartamento para dar o lanche. Ele gravou um vídeo e registrou a ocorrência na Polícia Civil. “Se eu descesse armado, te dava uma coronhada!”, gritou o morador. Robson José da Silva contou que trabalha como entregador há três anos. Por volta das 23h do último domingo (19), foi atender a um pedido em um condomínio na Estrada do Camorim, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio.
O motoboy disse que avisou que chegou na portaria e mandou uma mensagem para o destinatário pedindo para que descesse e pegasse o lanche com ele pois não poderia subir. A dona da conta respondeu dizendo que todos os entregadores sempre iam até a porta do apartamento dela. Robson afirmou que, minutos depois, um homem desceu bastante alterado para falar com ele na portaria e, por isso, começou a filmar.
Morador: “Tu é brabo daonde, meu parceiro?”
Robson: “Eu só não posso subir.”
Morador: “Aqui tu só morre por causa de milícia, meu parceiro, se eu descesse armado, te dava uma coronhada, seu filho da p*ta!”
A defesa de Daniel afirmou que o motoboy foi quem começou a insinuar que conhecia pessoas na região e que isso constrangeu o cliente. A defesa disse ainda que foi por isso que Daniel falou que a região era de milícia e, em nenhum momento, quis dizer que seria ligado à milícia. Robson disse que, no domingo, estava trabalhando desde as 8h.
“Cheguei no condomínio para fazer uma entrega no aplicativo. Pedi para o porteiro interfonar para o cliente, que se negou a descer. E, na mesma hora, falou que ia cancelar. Eu falei ok, vou entrar no suporte, vou fazer o cancelamento e devolver para a loja. Na mesma hora, coisa de 5 minutos para entrar no aplicativo, ele desceu, perguntou por que eu não subi. Eu falei que não era obrigado a subir”, disse Robson.
O entregador contou que foi ameaçado. “E já começou com ameaça dizendo que era miliciano. Ele falou que anotou a minha placa, falou que anotou meu nome, que ia me matar porque era da milícia”, afirmou Robson. O entregador decidiu ligar para a polícia, e uma equipe da PM foi ao local. De acordo com Robson, o homem não quis se identificar para os policiais.
Depois, o entregador procurou a 32ª DP (Taquara) e prestou uma queixa por injúria e ameaça. Com a repercussão do caso, dezenas de outros entregadores fizeram um protesto na frente do condomínio no fim da tarde de segunda (20). Levando faixas e cartazes, eles pediam mais respeito à categoria.
“Já era a última entrega, finalizando para ir para casa. Tenho filho me esperando, tenho esposa. Eu me senti muito ameaçado, fiquei com medo. Tanto que sai de lá, não esperei a viatura no local porque ele falou que ia chamar os parceiros dele, os amigos dele. Eu espero justiça e que a justiça seja feita. Vou tomar as providências, já tenho o boletim de ocorrência, vou dar entrada no processo contra ele”, destacou Robson.
Plataforma
Procurado, o Ifood afirmou por meio de nota que a violência é inaceitável e que preza pelo respeito nas relações entre entregadores, clientes e restaurantes. Ainda de acordo com a empresa, descer para buscar o pedido é uma maneira de, no dia a dia, de demonstrar respeito aos entregadores. E que não existe obrigatoriedade e nem nenhuma exigência da plataforma para realizar a entrega diretamente no apartamento do cliente. As informação são do portal G1 Bahia.