“É menino ou menina?”. A pergunta mais comum de ser ouvida por qualquer gestante ou casal em vias de ver a família aumentar pode estar prestes a ser atualizada. Com os avanços que a ciência tem produzido, a pergunta pode passar a ser no futuro a seguinte: “Vocês querem menino ou menina?”
Em anúncio recente, cientistas da Weill Cornell Medicine, de Nova Iorque, alegam que desenvolveram uma nova técnica para ser utilizada em procedimentos de fertilização in vitro que torna a escolha possível antes mesmo da formação do embrião. Além disso, os pesquisadores garantem que é segura, barata, se enquadra em valores éticos e apresenta 80% de eficácia.
O estudo se baseou na densidade do esperma masculino. Segundo os cientistas, amostras de espermatozoides que contém o cromossomo X, que forma mulheres, são maiores e mais pesados do que os portadores do cromossomo Y, que vão gerar homens. Um teste que identificava, separava esse material genético e depois realizava a fertilização in vitro, foi realizado com 46 casais que queriam ter filhos homens e obteve os 80% de eficácia declarados pelos pesquisadores.
No entanto, a questão em si suscita uma série de contradições e debates sobre ética reconhecidos pelos cientistas. “Embora eticamente discutível, expressar uma preferência sexual pela prole é popular entre os casais e não se limita àqueles em tratamento de infertilidade. O enriquecimento do sexo do esperma permite a seleção de embriões do sexo desejado”, declararam para a imprensa.
Obviamente a técnica ainda não está disponível para qualquer um que estiver buscando essa nova possibilidade e ainda deve ser testada, sobretudo em situações onde o bebê pode contrair doenças ligadas ao seu sexo. Além disso, em muitos países, como por exemplo o Brasil, a escolha de embriões – em fertilizações in vitro – baseada no seu sexo é proibida. A exceção é feita no caso das doenças, como por exemplo a hemofilia, que afeta com maior gravidade os meninos e pode causar distrofia muscular, deficiência mental e distúrbios no sistema reprodutor.
Já nos EUA, onde a prática é permitida, os casais que escolhem gerar seus filhos por meio de fertilização in vitro têm de passar pelo diagnóstico genético de pré-implantação, um processo que mapeia o embrião já formado e pode dar informações sobre o futuro bebê aos pais, incluindo o seu sexo. Essa informação seria oferecida aos pais antes da implantação do embrião.
De acordo com os cientistas, o método utilizado atualmente tem 99% de precisão na detecção. Já o novo método, ainda menos eficaz, traz a novidade de conseguir fazer a leitura bem mais cedo, ainda no espermatozoide paterno, antes mesmo da formação do embrião. AS informações são da Revista Fórum.