O deputado federal David Miranda (PDT-RJ), falecido na madrugada desta terça-feira (9) estava internado desde agosto de 2022 na UTI da Clínica São Vicente, que fica na zona Sul do Rio de Janeiro. No início, era para tratar uma infecção gastrointestinal. Mas a infecção evoluiu para um quadro de sepse, um tipo de infeção generalizada que atingiu pâncreas, rins, fígado e pulmões. O óbito foi confirmado pelo jornalista Glenn Greenwald, marido de Miranda, que deixou dois filhos.
A sepse é classificada como “uma doença complexa e potencialmente grave” pelas autoridades sanitárias. Segundo informações divulgadas pelo site do Dr. Dráuzio Varella, a sepse é desencadeada por uma “resposta inflamatória sistêmica acentuada diante de uma infecção”, na maior parte das vezes causada por bactérias, mas podendo ter outras causas.
“Essa reação é a forma que o organismo encontra para combater o micro-organismo agressor. Para tanto, o sistema de defesa libera mediadores químicos que espalham a inflamação pelo organismo, o que pode determinar a disfunção ou a falência de múltiplos órgãos, provocada pela queda da pressão arterial, má oxigenação das células e tecidos e por alterações na coagulação do sangue”, informa o site do Dr. Drauzio Varella.
Uma das dificuldades apresentadas ao longo do tratamento de David Miranda, revelada por Glenn em dezembro, quando o ex-parlamentar apresentou um breve quadro de melhora, era de que Miranda estaria com dificuldades justamente para produzir plaquetas e, em decorrência disso, necessitaria de frequentes transfusões de sangue.
Ainda de acordo com o Dr. Dráuzio Varella, o quadro mais comum é que o foco infeccioso inicial se instale nos seguintes órgãos: pulmões, abdômen, rins e bexiga, na pele, e no sistema nervoso central.
A sepse é classificada em três níveis
– Sepse: resposta inflamatória pela infecção associada a pelo menos dois sinais: febre, calafrios, falta de ar etc.
– Sepse grave: comprometimento de um ou mais órgãos;
– Choque séptico: queda drástica de pressão arterial que não responde à administração de líquidos por via intravenosa.
Tratamento
Segundo informações do Hospital Albert Einstein, a sepse, por ser um quadro grave, requer um tratamento rápido e preciso.
“Ao identificar um quadro inicial de sepse, deve-se tentar encontrar o foco infeccioso ao mesmo tempo em que o tratamento é instituído. Para identificação do foco, deve-se, além dos exames de rotina, colher culturas de sangue, urina e secreções que o paciente apresente”, diz o informativo do Albert Einstein.
Além disso, o tratamento requer “a imediata instituição de antibiótico de acordo com o foco infeccioso é imperativa e, para corrigir os distúrbios de fluxo sanguíneo aos órgãos e pressão arterial, deve-se iniciar infusão de fluidos por via endovenosa”, informa estudo do Albert Einstein. As informações são da Revista Fórum.